sábado, 26 de setembro de 2009

O encontro!






Um relato Póstumo!






Ela chegou e sentou-se devagar ao meu lado dizendo: Eu vim te buscar!Atônita e com o ar meio irônico eu disse: Ah é? Mas quem é você?Ela me respondeu fria e precisamente: Sou a saudosa morte!Eu arregalei meus olhos e disse: Mas assim, de surpresa?Ela enraivada e furiosa berrou e começou a desabafar...Surpresa!? Como assim!? Eu te avisei assim que você nasceu! Enquanto estavam todos ali babando e tentando achar em você alguma semelhança com seu pai, sua avó, a Angelina Jolie, a Juliana Paes, a princesa Diana e sei lá mais quem (pra falar a verdade eu só via uma coisinha com perninhas e braçinhos pequenos e com cara de joelho) eu cheguei com minha voz meiga e doce, (com todo cuidado pra não te assustar, é claro!) e sussurrei ao seu ouvido: Curta bem a sua vida, pois um dia eu vou te buscar...




Mas como sempre vocês ouvem, memorizam, mas nunca, nunca acreditam!Sempre ouço por ai, “eu acredito na vida!”. E em mim, quem é que acredita? A vida vive pregando peças em vocês e mesmo assim é só nela que vocês acreditam. Diga-me, alguma vez a vida já te avisou que os preços iriam aumentar tanto? Alguma vez a vida lhe avisou que as calotas polares iriam derreter e colocar em risco toda a humanidade? Alguma vez ela já disse a você que uma crise mundial iria estourar e deixar o mundo inteiro desnorteado, ou já disse que os porcos, as galinhas ou os espanhóis ficariam gripados e transmitiriam para todo o resto do mundo?(Enquanto ela ia perguntando eu somente movimentava minha cabeça pra lá e pra cá, respondendo a tudo negativamente), pois é, ta vendo ai? Ela é quem faz tudo de surpresa.




O fato é que eu trago uma verdade que dói, e que é difícil de aceitar. Quando eu chego ninguém me recebe sorrindo e com os braços abertos, ninguém está pronto, sempre é cedo demais pra partir, mas eu sou um “mal necessário”!Já pensou se só fossem nascendo pessoas e elas nunca morressem? Vocês estariam amontoados um por cima do outro, brigando por espaço, comida e por qualquer coisa que garantisse a sobrevivência sem tanto sofrimento. Ia ser o “caos”! Ela continuou gritando aos ventos e eu ainda tentei ficar do lado dela na tentativa de aliviar um pouco a minha situação, (afinal, não estava nenhum pouco a fim de deixar a vida naquele momento) mas enquanto eu argumentava, ela me segurou forte pelos braços me olhou profundamente e disse: Eu avisei, e quem avisa amigo é! A morte enfim cumpre o seu papel, e o inevitável acontece.