sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pelo menos salvei o All Star...

Glenda Barros      

Eu corria, corria, corria, esbaforida e desesperada. A cada passo dado, quilômetros iam sendo adicionados ao meu trajeto, minha casa nunca esteve tão longe! O suor escorria frio na testa, as pernas se enrolavam num nó, aquela dobradinha da noite passada não caiu muito bem...

Eu estava naquela fase aborrecente, aquela opressora, que te faz ter medo de gente. Tudo me assustava, alias, coragem nunca foi uma característica agregada à minha personalidade.

Falar era um ato esporádico, então eu me comunicava muito através de gestos, de preferência nada muito escandaloso, movimentos simples, precisos e rápidos, de modo que eu fosse compreendida sem dificuldade, e se houvesse falha eu erguia a mão até a altura do ouvido, inclinava os dedos pra trás em sinal de “aH, deixa pra lá!”.

Estava eu no meio da aula de biologia, a professora já habituada com meu jeito excêntrico de ser, não tirava os olhos de mim, pra não perder nenhum gesto. Foi ai que os primeiros sintomas diarréicos começaram a me perturbar.

Minhas tripas se organizaram num motim contra mim, começaram a se debater e espancar as paredes do meu intestino. A princípio, achei que fosse a formação de um punzinho, que controlaria facilmente, mas não, era algo maior..

As flatulências internas se intensificaram, as contrações já eram de minuto em minuto, pensei num gesto que substituísse o erguer da mão e o pedido desesperado pra ir ao banheiro, mas isso nunca tinha me acontecido, eu estava lhe dando com um imprevisto, e pensar rápido com um caminhão de merda querendo sair é impossível.

A aula terminou, fui correndo, mas cautelosa para o ponto de ônibus, peguei logo o primeiro, lotado (de praxe), só cabia eu. Ali, prensada entre a porta e a bunda enorme de uma elefanta com cara de gente, eu me contorcia pra tentar evitar o que parecia inevitável.

Desci do busão e cheguei em casa, melhor, no portão dela. Antes de partir para guerra de destrancar os cadeados parei, respirei e me concentrei, tomei as chaves e iniciei o processo lento de entrar em casa.

As chaves dos cadeados eu reconhecia de olhar, mas a fechadura da porta, essa foi a maior culpada pela cadencia da minha dignidade. No fim das contas não venci a batalha, a merda escorreu pela perna da calça e se alojou no meu All Star.

Olhei para os lados e não havia ninguém ao alcance da minha visão (ufaaaaa), só as paredes viram meu declínio, azar do chão, que além de ver ainda sentiu o gosto amargo da experiência. As meias e a calça joguei fora, o All Star dei um jeito de salvar, afinal, era um All Star legítimo, tinha “me” custado os olhos da cara, só ficou assim, meio bege, mas antes um All Star bege do que nenhum.


Salvei o meu All Star e a minha dignidade adolescente, nada mal pra um dia de merda....

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Feia arrumadinha!

Glenda Barros

              Outro dia aconteceu um fato que quase me fez entrar em desespero, se a minha auto-estima não fosse tão bem resolvida, teria um colapso nervoso e pararia na camisa de força. Fazia certo tempo que eu não me olhava no espelho, mas, sinceramente, não acho que eu tenha enfeiurado tanto assim nesse curto prazo.
            Sem mais delongas, vamos ao fato. Eu sou a única mulher por aqui, pra onde eu olho só tem macho, pensando no paralelo “CONCORRENCIA” estou no lugar em que toda mulher gostaria de estar, mas pensando no eixo que minha visão alcança, não contabilizo muitos lucros não.
            Vez ou outra vejo dedos afundando em narinas, cofrinhos peludos, totalmente desprotegidos e vulneráveis, sem contar algumas reações animalescas provenientes do instinto que eles dizem que tem.
Só que, dia desses, deixei de ser a única por aqui. Ela veio ornada pelo vento, num rebolado leve, com aquele bocão bem Angelina Jolie, alta, linda e sexy, minha doce irmãzinha veio me fazer uma visita (antes não tivesse vindo..rum!).
A machaiada ficou histérica, quase morri afogada no meio de tanta baba (ecaaaa!). Mas o pior ainda estava por vir, um de meus colegas se aproximou do meu balcão e curto e grosso pronunciou a frase: “Sua irmã é BEM MAIS bonita que você eim!”
Eu quis morreeeeeeeeeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrrrrr..........
Segurei a onda, e deixei pra lá. Mas não, pra ele não foi o suficiente, ele queria acabar comigo, me deixar na pior, ou queria me alertar, ah, sei lá o que ele queria; só sei que ele deu alguns passos, parou, pensou e voltou pra dizer: “Mas você é LEGAL!”
Antes não tivesse voltado pra dizer esse monte de m$%&#da! Eu ainda tinha chances de vida, agora não, ele terminou de afundar a estaca no meu peito, agora além de feia arrumadinha eu to morta.
Ainda bem que pelo menos vão ter algo a dizer de mim, ela era feinha, mas era LEGAL...

O importante é ter saúde, ainda tô no lucro!!!          

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A muié sabiá...


Glenda Barros
Meu tio, um maranhense arretado, contou outro dia uma história, dessas que você dá dor de barriga de tanto rir. Com todo aquele jeito sertanejo de ser, ele conta que lá, no interiorzão do Maranhão, Jucicleiton aceitou a Jesus, e passou a freqüentar os cultos e confraternizações da congregação com fidelidade.

Ele ia em todos os cultos, era fervoroso, estudava a bíblia com gosto e dedicação, aliás, a espada não saia de debaixo de seu sovaco, carregava as Santas Escrituras no seu aceiro o tempo todo.

Dia desses, numa destas festas que reúnem a crentaiada toda, algumas irmãzinhas repararam , que em sua mão esquerda tinha uma argola enorme e dourada e, para tristeza de algumas moças velhas já desorientadas atrás de um macho, ele era casado.

Mas teve uma irmãzinha que não se convenceu, pois, nunca tinha visto a dita cuja da esposa, e discretamente, solicitou a um diácono que puxasse um papo relacionado a isso e perguntasse se ele era casado ou não, afinal, a esperança é a ultima que morre, “vai que era só um anel”.

O irmãozinho chegou e começou a prosear com Jucicleiton. No meio da prosa, o irmãozinho vai direto ao ponto: uai irmão, porque que o irmão nunca traz sua muié, todo mundo vem acompanhado e o senhor ai, sortim...sortim...Porque?

Jucicleiton deu uma risadinha debochada e disse; irmão, obediênça né? Se o cê num lê a bíblia, pobrema é seu, porque na bibla que eu leio tá escrito que A MUIÉ SABIÁ A DE FICAR NA SUA CASA a minha tá lá, onde Deus manda que fique...
O irmãozinho se arreganhou numa bela gargalhada e, Jucicleiton, nervoso e se achando dono da razão, saiu irado e exclamando, ô Senhor, perdoa, os coitado não sabe o fala....

sexta-feira, 22 de julho de 2011

E a vaca foi pro brejo...Grória a Deus!

Glenda Barros

Conta minha amada mãezinha, que no interiorzão do Tocantins existia um fulano; esse fulano aceitou a Jesus e passou a freqüentar, assiduamente, os cultos na igrejinha do Pastor Ciclano.

Certo dia, num culto pra lá de fervoroso, o pastor pregou sobre libertação, e disse que, pra espantar o “coisa ruim, chifrudo e rabudo” existia uma receita infalível: Irmãos, é só rasgar a goela e gritar “o sangue de Jesus tem poder!”.

Fulano ficou impressionado com o sermão do pastor, e guardou a frase salvadora na mente, pro caso de precisar. Alguns dias se passaram e Fulano levantou cedo pra ordenhar suas vaquinhas, até aqui tudo na santa paz!

De repente, Fagnólia, uma de suas vaquinhas, começou a bufar e encará-lo nos olhos - Eu vi o coisa ruim nos zóios dela - . Fulano respirou fundo, levantou-se devagar, e foi saindo de mansinho, “pra mó de não espezinhá a pobrezinha da Fagnólia!”.

Mas a atitude de fulano acendeu mais ainda os olhos de Fagnólia, que abrochou as patas num carrerão só, atrás do Fulano. O pobre correu, correu, e no meio dessa maratona, lembrou-se do sermão do pastor Ciclano.

Mas quem disse que o Fulano se lembrou da bendita frase salvadora?! Corria desesperado, e depois de colocar meio metro de língua pra fora da boca, virou-se para vaca endiabrada e berrou, com toda autoridade, “Em nome de Jesus vaca, a paz do Senhor!”...

Fulano afirma que a vaca deu meia volta e sumiu, “a frase não foi certa, mas a minha fé, ôxe, era grande por demais sôh, Grória a Deus!”

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Doidinha de Pedra!!!

Glenda Barros
Queria escrever um texto que me explicasse, mas como, se nem eu mesma me entendo? Outro dia acordei com uma vontade louca de comer alguma coisa, mas quem disse que eu sabia dizer que coisa era essa? Eu tava desorientada, inquieta, cheirando e experimentando tudo, pois na minha cabeça, meu coração me diria quando a coisa aparecesse.

Sonhei que morria duas vezes, numa noite só, tem base? Passei dias me escondendo, me esquivando de possíveis possibilidades de morte, nem envelopes eu abria, com medo de antrax, vê se pode?!

Invoquei que era feia outro dia, nada ficava bom em mim, o sapato apertava, a roupa me deixava peituda demais (normal), meu dedão do pé era cabeçudo e meu cabelo não desarmava nem debaixo de reza brava.

Imaginem só como eu fiquei quando cismei que minha voz era masculina, passei dias fazendo aquela vozinha chata e irritante, parecia um pato gripado de tão aguda e nasal (curuiz!). Eu tento ser normal, mas minha propensão à loucura é mais forte do que eu!

Já fiquei sem dormir por causa da sombra de uma árvore (aquilo parecia uma mão gigante!), já conversei por horas com alguém e quando me virei – Pasmem! – não tinha ninguém, já fiquei com ciúme de artista de novela e prendi meu próprio dedo na porta do carro, tem base?

Não tenho habilidade para ser normal, mas dou um show na loucura, nem ela me acompanha, a coitada fica com as perninhas curtas tentando me alcançar, mas permaneço além, sempre avante, revolucionária e inalcançável.

É... Salve-se quem puder, até eu estou fugindo de mim, minha sombra que se cuide, ela é a próxima vitima da minha Sóbria Loucuraaaaaaaaaaaaaaaaaa....

terça-feira, 28 de junho de 2011

Palma, palma, palma!!! NãO pRieMos CâNicOoo!!!

Glenda Barros

Dizem que a mulher é a parte fraca, o sexo frágil. Mas na verdade é, é isso mesmo. A gente tem uma mania de pensar que é forte! Quando nossa força é menosprezada, despejamos em cima do infeliz um discurso enorme e saturado, afim de convencê-lo de uma força que a gente não tem.

E, por favor, não me interpretem mal, feministas de plantão, estou falando de força física, não de força de vontade, que na realidade não é força, pelo menos não literalmente, e sim intenção de espírito, capacidade de superação, isso sim a gente tem; e tem pra dar, vender e emprestar...

Uma coisa é certa mulherada, nosso poder de persuasão é nato, genético, passado de geração em geração. A gente vem com toda aquela lorota de que enfrentamos melhor situações que exigem força, que agüentamos a pressão, mas tudo não passa de um discurso muito bem elaborado, e o pior é que eles balançam a cabeça em sinal de concordância, depois de pensar por horas em tudo que dissemos.

Outro dia tentei colocar em prática toda essa força muscular que eu digo que tenho, usei todo meu rebolado, e empenhei todo o vigor existente nos músculos de meus braços e pernas, mas pasmem, o saco de cimento nem saiu do lugar.

Tentei trocar o pneu do carro, mas aqueles parafusos foram apertados por um monstro, e trocar a lâmpada então, quase enfartei com medo do choque elétrico; fugi desorientada das baratas, ratos e qualquer bicho que me parecesse asqueroso (urghhhh).

Força não é bem o que a gente tem, o que nós temos de sobra é jeitinho, charme e aquele olhar opressor de cachorro que caiu da mudança. Conseguimos as coisas só na lábia, na conversa mole, no lero...

Mas cá pra nós meninas, ser mulher já nos suga todas as forças, então, para essas tarefas que exigem trabalho braçal, nada melhor que fazer o tipo “E agora, quem poderá me defender?”, e solicitar ao macho mais próximo que mostre toda a sua masculinidade abrindo o pote de azeitonas ou outra coisa assim, enquanto isso; respiramos aliviadas, conferindo se as unhas estão em dia...Ai, ai...como eu amo ser MULHER!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ai...eu sou tão sentimental...

Glenda Barros


            Chorei que solucei diante da TV, sozinha, só eu e Deus. O filme contava a história de um casal separado prematuramente, pouco depois de se descobrirem apaixonados. A morte veio e ceifou a vida do tão cobiçado amor da vida daquela jovem (Tava assistindo Titanic pela milésima vez).
            Com uma história dessas e uma trilha sonora que arrepia até o estomago, não tem como não chorar largado. Eu tento entender como alguns permanecem frios e com cara de nada diante daquelas cenas cheias de sentimento, como conseguem? Ou eu sou sentimental demais ou eles são, exageradamente, insensíveis.
            Acho que a primeira opção é mais justa, sim, eu sou sentimental demais. Choro por tudo, tudo mesmo. Choro quando estou triste, quando estou feliz, quando tudo vai bem, quando algo vai mal, choro, e choro mesmo...
            O choro lubrifica o olhar, mantém o brilho. Às vezes deixa um gosto amargo na boca; costuma encher o nariz daquela gosma nojenta, que a minha frescurite feminina não permite citar o nome (catarro/em off), fazendo com que o nariz chore junto com os olhos (urghhhh).
            Gosto do resultado que o choro produz, e não estou me referindo aos olhos vermelhos e, muito menos, ao nariz inchado e desproporcional, aliás, essa é a parte ruim do pranto, gosto de descobrir, vez ou outra, que eu era feliz e não sabia, daquela saudadezinha besta que teima em insistir, da cara de boba somada ao risinho tímido, brotando unidos e encharcados; o alívio então, despensa comentários...
            Se a alma fosse na altura das bochechas sairia enroladinha na toalha, feliz e saltitante, de bainho tomado, mas sei lá onde ela se esconde, só sei que os olhos são as janelas, e vamo combinar, ela ficou com a visão mais privilegiada da vida...           

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Besta covarde!!!

Glenda Barros

           Outro dia esbarrei numa fulana indignada consigo mesma, por sua total falta de iniciativa. Inconformada com sua timidez opressora, chorava as mágoas por ter deixado escapar, por entre os dedos, a chance de desencalhar e ser feliz.
            Me coloquei no lugar da mesma (de praxe!), e não diferente dela me descobri uma completa besta covarde. Coragem também não é bem o meu forte, quando me deparo diante de algumas situações, prefiro me camuflar e passar despercebida, que meter a cara e racha-la bem no meio de vergonha.
            Outro dia precisava desesperadamente falar com uma pessoa, e a visualizei do outro lado da rua, andando com muita pressa. Pensei eu “poxa, mas ela tinha que estar do outro lado da rua?!” agora não tenho coragem de arregaçar meu maxilar num berro audível pra chamar a atenção dela. Entre gritar e todos em volta olharem pra mim, optei por seguir em frente e poupar minhas pregas vocais de uma possível rouquidão.
            Não sei por que ainda junto moedinhas no cofrinho! Sinto um desconforto horroroso quando vou trocar as moedinhas por notas, sempre perco a metade do que juntei comprando alguém pra trocar pra mim.

            Mas nada se compara ao ridículo, de ter que pedir pra ir ao banheiro na casa dos outros?! Meu Deus, isso é constrangedor demaaaaaaaaais! E parece que a nossa bexiga faz de propósito, é a gente botar os pés em ambiente diferente pra ela se manifestar, e como se não bastasse, o xixi fica tão jubiloso pelo novo lugar, que sai todo escandaloso, "hei psiu, vai devagar!", ainda acho que o que a gente faz no banheiro tem que ficar entre a gente.
            Comer o último salgadinho da bandeja, chupar laranja em público, passar com o papel higiênico na frente de alguém, comer sanduiche na frente do namorado, correr pra pegar o ônibus, levar pra casa o restante de refri que sobrou e nem morta eu ando com absorvente íntimo na mão, expondo feliz e retumbante aquela mini fralda contentora de hemorragias, pra tudo isso me falta coragem (faltava!).
            Coragem é confrontar o medo. Mas para algumas coisas, prefiro me deixar ser vencida pelo medo. Acho que estou me expressando errado, o termo certo não é falta de coragem e sim,  bom senso ...
 Até porque coragem eu até tenho, só me falta-me a cara de pau...     

terça-feira, 10 de maio de 2011

Meu sorriso agora tem nome!

Glenda Barros

Depois de meses definhando em uma solidão chata e triste ele surge, batendo desesperadamente na porta do meu coração louco para embalar meus sentimentos. Fiquei meio receosa olhando pela fresta da porta, até resolver deixá-lo entrar e ficar.

Chegou avassalador e envolvente, parece que sabe tudo sobre mim, tem na ponta da língua um belo jogo de palavras, que me deixa com aquela cara ridícula de boba.

O danado plantou um sorriso largo e definitivo no meu rosto, escreveu felicidade no meu olhar. É difícil, não sei como explicar, é uma sensação de paz e de euforia ao mesmo tempo, a gente chora sorrindo, canta o tempo todo, sonha acordando, deita e levanta sentindo saudade...

Em questões amorosas prefiro me utilizar do pensamento de nosso saudoso Sócrates, quando diz sabiamente, “só sei que nada sei”, e não sei nada mesmo, só tenho consciência de que é preciso se permitir, se corrigir em algumas coisas, se adaptar a outras, se prender e continuar em liberdade; é tudo assim meio contraditório, tecnicamente incoerente, mas é incrível e belo ver como essa fórmula estranha e curiosa dá tão certo.

Eu nunca defini um tipo específico de homem na minha cabeça, mas esse parece que se encaixa perfeitamente no meu gosto; alto, bonito, sorriso sincero, e um olhar – Meu Deus! – arrebatador. Tudo nele me agrada. O jeito de andar, a mania de coçar o nariz, os dedos grandes desbravando os cabelos castanhos; que delícia é viajar naqueles olhos quase verdes...ai ai

Não me atrevo a dizer que ele é perfeito, mas está sendo ideal. Não é que ele abre a porta do carro pra mim? É um GENTLEMAN, um romântico da melhor qualidade. Não sei não viu, mas acho que estou apaixonada...

O que estou sentindo é indescritível, definir um sentimento desses é querer se colocar no lugar de Deus, o criador incontestável de tal sensação. Ainda bem que Ele nos deu o privilégio e a dádiva de senti-lo, o que já é ótimo. O intrigante é que nem é preciso muito tempo; bastam alguns minutos pra você ficar totalmente preso e envolvido no sentimento, querendo estar perto o tempo todo, buscando agradar, cuidar e fazer de cada instante uma novidade.

O objetivo agora é fazer durar, investir, se doar. Sempre espero o melhor e faço de tudo pra que dê certo, não quero morrer sem viver o amor, que pra mim é o melhor dos sentimentos. Neste exato momento, estou tão feliz que nem consigo dizer o quanto, minha pele ta melhor, meu sorriso agora tem nome. Sinto cheiro de amor no ar, e se depender de mim vai ser bom, vai ser lindo e eterno, enquanto durar...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Novo BLOG no AR!!!


nO AR PAPO SANTO
IDEALIZADORAS: KELLY QUEIROZ E EU, GLENDA BARROS

http://santopaporeto.blogspot.com/

Duas pessoas completamente loucas pela presença de Deus, LÁ você vai encontrar dedicação ao estudo da palavra, experiências vividas e, principalmente, presença de Deus em cada letrinha postada. Tenha certeza de que vamos suar a camisa e quebrar as pontas dos lápis, para causar em você, santo do Senhor, um incitamento em fazer o mesmo. Não queremos ser só duas, queremos nações inteiras dedicadas a esse mesmo propósito. Que o evangelho do Senhor seja anunciado através de nós e de cada um que navegar por aqui. Deus abençoe a todos!

VISITEM E SEJAM EDIFICADOS!




terça-feira, 5 de abril de 2011

De repente NOIVA...


Glenda Barros

Tive um sonho ótimo noite passada. Sonhei que saltava do mundo dos solteiros convictos para o mundo dos totalmente abobalhados de amor. Acordei bem disposta e com aquela cara de retardada apaixonada, isso porque foi só um sonho.

Resolvi contrariar um pouco o meu estilo romântico e agir com racionalidade e naturalidade, fazendo meus miolos pensarem na hipótese contraria a do sonho. Empenhei minha imaginação fértil em uma viagem ao meu próprio futuro.

A imagem que tive de mim mesma não fora nada agradável, quase desisti da missão quando me visualizei toda despenteada, segurando em uma das mãos um livro (de trezentas e poucas páginas) de autoajuda, e na outra uma barra enorme de chocolate.

Acho que solidão não combina comigo, aliás, acho que não combina com ninguém. Os sintomas são sempre os mesmos, mal humor, rabugice aguda, choro na calada da noite e um senso de ridículo defasado.

Perdemos noites em claro procurando a razão pra nossa existência, não rimos com espontaneidade, nos enfiamos em moletons enormes adquiridos em liquidações e queimas de estoque e gastamos litros de corretivo, na tentativa de disfarçar um pouco o vazio de nossa expressão facial.

Não sou hipócrita! Devo admitir que ODIEI pensar na possibilidade de passar o resto da vida sozinha! Mas indico a tarefa a quem quiser dar uma sacodida na poeira e correr atrás de um grande amor. A felicidade começa onde o medo termina.

Após alguns segundos tornei do delírio à realidade, e dei de cara com aquela caixinha pequenininha, revestida de veludo vermelho, (charmosíssima!) amparada por mãos enormes e macias. O que havia dentro da caixa mudaria toda minha vida. Minha mão direita tá mais pesada agora, acho que é o peso do “SIM” que eu dei à pergunta: “Quer se CASAR comigo?”

sexta-feira, 18 de março de 2011

É tudo igual...

Glenda Barros

A gente só sabe como é ser mãe quando se torna uma. Ainda não conheço o sentimento maternal mas, igualmente à todos, acho que mães são todas iguais. Baseio minha afirmação em anos de observação e estudos voltados ao comportamento desse espécime tão encantador.

Após longos anos de árdua pesquisa, descobri algumas características que compõem, obrigatoriamente, o organismo dessas criaturas tão complexas.

Por mais que suas crias cresçam e apareçam, elas sempre vão visualiza-las como a filhotinha da mamãe, ou o bebezinho da mamis e/ou coisas relacionadas à infantilidade, o que reforça minha tese de que esses seres têm sua visão parcialmente comprometida por uma estranha força cósmica, advinda do extinto maternal.

Com o comprometimento da visão, o olfato passa ser o sentido norteador. Altamente desenvolvido, o faro delas é espantosamente apurado. Estudos comprovam que elas conseguem capturar o cheiro de “coisa errada”, “mentiras” e “notas vermelhas no boletim” a milhas de distância.

Além do ouvido externo que capta até os decibéis mais longínquos, elas possuem também um ouvido na alma, que tem o poder sobrenatural de apreender o pranto recolhido dentro do espírito, o que torna impossível qualquer camuflagem de problemas e aflições.

São inúmeras as qualidades em torno dos cinco sentidos, mas como não são apenas seres humanos possuem, entre o tato e a visão, um sexto sentido, que dá a elas uma grande vantagem sobre nós meramente filhos (falei bonito!). Os outros cinco sentidos são todos guiados pelo sexto, o que fundamenta minha conclusão de que, esse tal sexto sentido, é apenas um codinome que elas inventaram para o AMOR incondicional e extraordinário que só elas possuem.

A diferença entre elas está somente na cor dos cabelos, no estilo, na silhueta, o resto é tudo igual, é tudo...

MÃE!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reticências...

Glenda Barros


Estou com aquela sensação que transforma a face, que aumenta o brilho nos olhos, que faz o coração bombear com mais velocidade e intensidade, acho que agora vai! Gosto disso, dessa certeza convicta que sinto, ou melhor, que ele me faz sentir.


Passei dias revirando dicionários em busca de definições, empenhada em encontrar um caminho para demonstrar em palavras esse turbilhão de sentimentos que se instalou em mim, mas, tudo em vão. Amar não é o melhor, e sim a reciprocidade, isso sim consegue emudecer minha alma.

Definitivamente, não sei definir a sensação de proferir palavras carregadas de sentimento e recebe-las de volta sobrecarregadas de carinho, é tão bom mirar os olhos e ser correspondida com aquele risinho camuflado dentro dos mesmos; é indescritível o conforto do abraço, o sabor dos lábios, a dança dos dedos entrelaçados e sempre unidos, numa sintonia mais que perfeita.

É extraordinário o que sinto, quando aquele olhar me persegue indomável e intensamente, me perco em seus elogios e declarações, esqueço-me até que sou mortal e digo que o quero, e o quero pra sempre...

Se existe alguma definição para tudo isso, Deus guardou para si, nossa capacidade meramente humana é insuficiente, totalmente inabilitada para se aproximar do significado verdadeiro de tão supremos sentimentos. Contento-me em apenas poder aprecia-los, saboreá-los, senti-los...

Continuo sem respostas, mas a frustração não tomou conta de mim, afinal, apenas sentir no peito consegue ser tão magnifico e indescritível que dispensa explicações, melhor que Deus mantenha esse Divino Segredo, que continue desse jeito; perfeito, lindo, e na ausência de palavras, melhor usar ...












sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O negócio do Zé!

Glenda Barros

Minha avó é uma exímia contadora de causos. Ela tem o dom de entreter a meninada e os adultos, contando histórias antigas cheias de situações engraçadas e inusitadas. Numa dessas noites, com a família toda reunida na sala, ela contou um fato que não teve quem não chorasse de tanto rir.
O cenário da história era uma igreja grande de renome nacional, muitos membros; daquelas bem rígidas, com seus costumes e tradições seguidos com fidelidade por todos, até pra falar tinham regras. Nessas igrejas, sempre tem um determinado momento no culto em que são demandadas algumas oportunidades, que podem ser usadas com “liberdade” pelos membros da igreja para cantar, ler alguma passagem da bíblia, contar algum testemunho, ou algo relacionado a isso. Se ninguém vai por livre e espontânea vontade, o pastor aponta o dedo, diz o nome e manda subir no púlpito nem que seja pra plantar bananeira (fui longe!).
Numa dessas oportunidades, uma senhorinha baixinha, cabelos brancos, tom de voz cansado e o andar debilitado, subiu na plataforma e, com o microfone na mão começou a contar seu testemunho de vitória.
— Paz do Senhor irmãos!
— Amém! (vozes de mais ou menos umas 150 pessoas em uníssono, a igreja tava quase lotada).
— Irmãos, Deus tem sido muito bom pra mim, eu orei e Ele me ouviu!
(aleluia! Glória a Deus! Gritos+Palmas+Gritos... )
— Eu não agüentava mais, minha vida não tinha mais prazer, eu me sentia triste e insatisfeita (até aqui tudo bem!) o negócio do Zé (hã?!) era pequeno demais! (misericórdiaaaaaa!)

Um silêncio quase mortal tomou conta da igreja; de repente os olhares ficaram atônitos e fitos na senhorinha. Escandalizadas e horrorizadas, as pessoas começaram a cochichar entre si. Era misericórdia dum lado, (Jesus!) do outro, risadinhas cheias de má intenção no meio e olhares repressores e julgadores pra cima da tia (coitada!).
— Eu orei irmãos, e o negócio do Zé começou a crescer de uns anos pra cá.
— Uhhhhh+risadinhas....Sinônimo de:  “Ai meu Deus, quê que essa véia tá dizendo?!”
— Agora irmãos, eu me sinto realizada e feliz, o negócio do Zé está enorme (HUMMM) e agora eu tenho prazer (VÁLA-ME DEUS!)....
O pastor avermelhado de tanta vergonha sacou das mãos dá velhinha o microfone, e se dedicou, desesperadamente, a explicar o significado da expressão “o negócio do Zé”. A explicação era simples e óbvia, o negócio era uma pequena mercearia que expandiu e começou a render lucros. O povo não se conteve e caiu na gargalhada, risadas de alívio e ao mesmo tempo amedrontadas por denunciar, meio que sem querer, que suas mentes não eram tão puras assim. A velhinha desceu do altar sem nem ao menos mudar de cor.
O culto seguiu “normalmente” e o pastor, dias depois, anunciou um novo decreto determinando que, todo membro, antes de divulgar suas bênçãos no treco ampliador de voz (microfone), teria que recitar tudo pra ele em secreto, no seu gabinete. “É que eu quero evitar a fadiga!” E a igreja diz: AMÉM!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A culpa é da Eva!


Glenda Barros

           
            To agonizando na cama, rolando de um lado pro outro sem achar uma posição confortável. É como se um gato enraivado estivesse rasgando as minhas entranhas, como se um urso feroz estivesse me abocanhando pelas costas (sem trocadilhos!), tá arrancando tudo, inclusive minha paciência de Jó.
            Odeio sentir dor, e também sou do tipo que odeia se automedicar, então passo o dia todo amofinando em um ódio quase mortal. Cólica menstrual é o “Ó do borogodó”. Não sei você, cara leitora, mas eu não consigo me acostumar com esse desconforto mensal.
            Essa dorzinha chata e irritante me abate, consegue tirar da minha cara o sorriso espontâneo, subtrair minhas palavras, e de brinde ainda me deixa com aquela cara de quem comeu e não gostou. E como se não bastasse, a dor ainda vem acompanhada de uma hemorragia intensa que dura no mínimo quatro dias. Que nojooooooooo!!!!!!!!!!
            A culpa disso tudo é da Eva, que não conseguiu resistir aos encantos de uma simples cobrinha (continuem sem os trocadilhos!). Juro que se encontro a dita cuja no céu, faço justiça com minhas próprias mãos em nome de toda a comunidade feminina, atiro a infeliz da suprema corte ao calabouço, e faço questão de mirar o tombo dela bem nos “quintos” que é pra não correr o risco de errar (hoje eu tô cruel!).
            Não liguem para os requintes de crueldade que utilizei no texto, tentem apenas me compreender; no momento estou perdendo litros de meu precioso sangue A+ para um absorvente sem abas, sou obrigada a submeter minha coluna cervical a contorcionismos inimagináveis, no intuito de sanar a dor, e ainda tenho que empurrar, goela abaixo, aquele comprimido enorme, que segue vagarosamente rasgando meu esôfago.
            Já filosofei demais pra um texto só, essa sensibilidade exagerada já tá quase me fazendo chorar. Antes que o nó aperte minha garganta, vou tratar de empurrar logo a drágea que mantem meus nervos (des)controlados, afinal a Eva não está ao alcance da minha vingança e meus instintos cruéis estão começando a me assustar....

Salve-se quem puder!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quatro ANJOS em minha vida...

Glenda Barros


Glenda Barros

Amizade é coisa que a gente leva pra vida toda, dentro do peito, nos devaneios da memória. Não sou de muitos amigos não, mas os que tenho são bons, e verdadeiramente dedicados a esse sentimento.
Me considero uma pessoa privilegiada, pois tenho a minha volta, me cercando de bons momentos, pessoas que somam experiências e multiplicam minha felicidade. Se eu pudesse, eternizava cada instante passado na companhia delas, paralisava o tempo pra saborear devagar as muitas gargalhadas incontroláveis, quase sufocantes, que compartilhávamos em uníssono no calor das conversas, interrompendo o raro silêncio...
Hoje quero homenagear alguns desses seres angelicais, nomeados pelo próprio Deus para acompanhar algumas estações da minha vida. Cada uma tem seu jeitinho singular, mas todas me encantam de forma similar.
Um desses anjos traduz-se constantemente em sorrisos, nunca vi alguém com um humor assim tão constante (CARLEN), outra é mãezona, exprime seus sentimentos com muita aptidão e autenticidade(NARA). Uma delas mexe os olhinhos que nem bonequinha em vitrine de loja, um rostinho de menina escondendo-se na estrutura de uma mulher (ANA); por vezes fui advertida, aconselhada e por muitas outras fui protagonista de cenas de cuidado e dedicação desse outro anjo, sublime em seu falar, corajoso em seu agir (MARISA).
Quisera eu ser dona das palavras, mas sou mera manipuladora delas. Vou torcendo, retorcendo, moldando e ajeitando-as de maneira que elas demonstrem tudo o que sinto. Com esses quatro anjos convivi por nove meses, e fui feliz em cada segundo pulsado pelo relógio. Não vou guardá-las no coração, farei melhor; vou imprimi-las em minhas ações, dessa forma, vou aumentando minhas chances de me igualar a elas e, quem sabe um dia, eu vire um belo anjo assim também...
Um texto assim não merece um fim, vou continuar escrevendo-o, não num papel comum, mas nas páginas da vida, com direito a ilustrações vibrantes, redigido em uma formatação particular e exclusiva, tudo do meu gosto, descontroladamente do meu jeito. Só peço a Deus que não me prive da companhia desses anjos, que o vento de suas asas continue virando as paginas de meu livro, e que a pulsante trilha sonora de seus sorrisos embale as cenas dos meus próximos capítulos...
A amizade agora encontrou uma nova companhia, A SAUDADE ...
P.S. Texto dedicado a esses quatro anjos de minha vida....CARLEN, NARA, ANA e MARISA.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Tive PENA da TRISTEZA....


Glenda Barros

Tá pra nascer sentimento mais horrível que soberba. Quando me deparo com gente assim, nasce um sentimento ainda pior em mim, a tal da PENA. Não sei, é inevitável, me dá pena perceber o quanto da vida é perdido tentando elevar o próprio ego a alturas inalcançáveis, quase everestianas.         
Observava outro dia uma fulana com tanta altivez de espírito, que o umbigo dela foi parar na testa. A dita-cuja ostentava tanto luxo na cara e no corpo, mas me ligava à cobrar pra pedir carona, é mole?
A vida de gente assim é quase tão medíocre e miserável quanto à de um pobre morador de rua. Viver se equilibrando em cima da linha do orgulho e da altivez de espírito repele a companhia humana, pois o odor produzido por tal comportamento é quase tão insuportável quanto o cheiro de azedo produzido pela sujeira e falta de higiene do dito morador.
O aspecto e a fisionomia dos soberbos se escondem atrás da altura elevadíssima do ego. Não se percebe a beleza, não se contempla bondade, só é perceptível o olhar altivo emoldurado por sobrancelhas arqueadas, que se juntam na terrível formação de uma expressão fria e completamente vazia de sentimento pelo próximo.
Eles têm um jeito tão específico de se portar que são notados a léguas de distância. Dá pra ouvir a terra reclamando das pancadas escandalosas de suas passadas, fiquei cansada só de observar o esforço absurdo que os pulmões fazem pra permanecerem sempre cheios de ar, e quase morri de tristeza ouvindo o clamor aflito dos poros por apenas um toque...
            A soberba é mesmo triste de se ver! Pela primeira vez na vida tive PENA da TRISTEZA, ali escondida e trancafiada dentro de um corpo totalmente ornado de autoconfiança, sendo forçada a revelar-se em sorrisos falsos; violentamente coagida a transparecer aquilo que sua essência condena como antônimo. FELICIDADE forçada chega a ser mais infeliz que a própria TRISTEZA. O remédio milagroso pra todos esses sintomas se chama HUMILDADE, quando ela se instala deixa tudo mais leve, a tristeza vêm à passeio, o orgulho fica mansinho e felicidade se arreganha no peito.
*Ao persistirem os sintomas um médico/psicólogo deverá ser consultado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PREGUIÇA DE GENTEEEEEE


Glenda Barros

                Ela é chique, fina, linda demais! Essas características definem, parcialmente, a pessoa que descreverei agora. Esses adjetivos qualitativos utilizei, para que você tente visualizar a figura da mesma ai, na sua imaginação, até porque, não posso detalhar tanto o físico da dita cuja, senão posso comprometê-la e de brinde, ainda posso ficar completamente vulnerável a um processo chato e besta.
                Sua personalidade faço questão de transcrever, pois cismo que além dela, vários outros por aí adotaram esse jeito tão peculiar de atuar na novela da vida. O que ela tem de linda, ela tem de chatices e frescuras, “não gosto do feijão em cima do arroz”, “odeio olhar nos olhos dos outros”, “odeio lugares cheios de gente” e “ não encosta em mim que eu tô de roupa branca”! A fulana é tão antissocial que vive em pé de guerra com seu próprio reflexo no espelho.
                Fina demais, tanto nas atitudes quanto na silhueta, se ela virar de lado some no ar, num passe de mágica. Quando os pés não estão ostentando um belo par de saltos altos, estão enclausurados em pantufas de pelúcia cor de rosa, mas o chão nunca teve a honra de sentir o fino toque de seus solados, até pra tomar banho a descontrolada tem chinelo...
                A postura sempre ereta mantem seu nariz constantemente arrebitado, seu olhar sempre altivo, seu ar de estupidez e sua cara de poucos amigos atualizada. Tenho que confessar, que me divirto horrores vendo aquela tábua com pernas comendo de garfo e faca; é hilário, vocês tinham que ver!
                Outro dia ouvi um absurdo sair, com muita certeza e convicção, daqueles lábios finos de bonequinha de porcelana, “não me sinto a vontade em festas de família”, que tipo de criatura não se sente bem em seio familiar?
                Foi conhecendo gente assim que tomei preguiça de gente, tanta frescura, cada bestice! A vida é tão simples e o tal do ser humano é tão racional, que acha que sendo contrário a tudo, tendo opiniões que superam a filosofia humana e se excluindo do convívio social, provarão ao mundo que têm um cérebro ativo e uma opinião própria e firme. Digo que a depressão não é mais o mal do século, essa terrível doença deu lugar a outra ainda pior a AUTO SUFICIENCIA.
                Ainda bem que além do cérebro eu tenho um coração, e emprego aos dois a mesma porcentagem de importância...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Não dói nada!!!

Glenda Barros


Outro dia fui ao hemocentro fazer meu cadastro para o banco de doadores de medula óssea. É um procedimento simples, rápido e indolor. Seu nome e suas características sanguíneas ficam armazenados num imenso banco de dados, e pode, algum dia, salvar a vida de alguém.
Mas não acordei numa bela manhã de sol, com a incrível ideia de doar vida! Através de meu namorado conheci um anjo, que atende pelo nome  Yasmin, um ser que exalava meiguice e doçura no jeito de ser. Nos olhos eu vi sonhos, vi uma vida inteira de experiências.

Além da delicadeza de um ser divinal, YASMIN transmite uma força de guerreira. No risinho, sempre estampado na cara, uma alegria descomunal que, raramente se percebe por aí. Sua fragilidade fica quase imperceptível diante de sua maneira vibrante de viver a vida.
Esse anjo que tanto admiro e falo, me fez perceber que o sentimento que mais se iguala ao amor é o da solidariedade, que é capaz de ser tão nobre e tão supremo quanto o próprio. Pra ser anjo não é preciso ter asas, nem tão pouco ser imortal, só precisa carregar no peito esses sentimentos, e distribui-los a todo aquele que necessitar e àqueles que não necessitam também.

A fórmula para se tornar um anjo eu já dei, a iniciativa agora é sua. Distribua amor, doe vida, seja um gerador de felicidade! Eu pratico solidariedade e amor, e posso garantir que não dói absolutamente nada!



FAÇA SEU CADASTRO NO HEMOCENTRO ...
Avenida Anhanguera, 5195 – Setor Central – Goiânia-GO. (62) 3201-4570!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Peito Cheio

O papel em branco, a cabeça vazia e o peito cheio de sentimento e boas sensações pra demonstrar. Não sei se deu pra perceber, mas estou amando. Cresci num lar onde o amor era ensinado, correspondido e devidamente respeitado.
Anos e anos de convivência, e aqueles dois (meu pai e minha mãe) ainda agem como se fossem um casalzinho adolescente em fase de conhecimento e reconhecimento; mãos sempre unidas, palavras bonitas trocadas, amor em forma de gestos e ações...
Admirava-os e ficava observando o cuidado, o zelo; pensava comigo, será que existe algo assim reservado pra mim? E enquanto eu cochichava nos ouvidos de Deus, Ele preparava pra mim um ser composto por características singulares, no mundo, quase extintas. Juro que achava, que meus pais eram uma espécie de guardiões do amor, pois nunca vi, nem ouvi falar de algo parecido ao que eles viviam e demonstravam.
Ainda bem que não era bem assim, o amor me disse oi e eu consegui ouvir. Não estou falando de utopia, estou vivendo uma realidade, não estou dizendo que é perfeito, estou aconselhando que tentem e se permitam amar. Enquanto você acreditar que o amor é algo raro e pra poucos felizardos, sua cara vai continuar amarrada, seu corpo vai permanecer carente e seu coração vai persistir no vazio.
Amar está intimamente ligado a fé, pois se deixamos de acreditar em sua existência ele deixa de ser real e passa a ser uma aspiração remota, um sonho impossível. Deus ao soprar em nossas narinas, não queria só nos encher de ar, queria nos infectar completamente de sua essência, queria transmitir-nos esse vírus contagioso, capaz de impregnar o olhar de felicidade.
To com o peito cheio de amor pra dar, sorte a minha arrumei pra quem doar, já estava casada de guarda-lo só pra mim, de ver tudo aqui dentro apodrecer, mofar; agora está tudo mais que bem, me ajeitei nos braços desse alguém e agora sim, já posso sentir o gosto, minhas mãos já tocam o rosto, desse tal amor que eu tanto falo...


Glenda Barros





quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

SIMPLICIDADE


Por Glenda Barros

Essa palavra tem martelado minha cabeça já tem algum tempo. Recorri ao santo “GOOGLE”, aos dicionários virtuais, ao AURÉLIO e, sinceramente, as definições que encontrei não conseguiram me convencer. 

Pra mim, essa palavra tem um sabor sobrenatural, que só quem realmente a vive pode compreender. Ela define aqueles que enxergam na excentricidade da vida as coisas mais valiosas, pessoas que têm no olhar uma espécie de lupa, capaz de capturar a beleza e a singularidade de tudo, em tudo.

Viver com simplicidade é transpor a barreira dos conceitos formulados, sobre o que é bom, o que realmente tem valor, e o que tem maior importância. O que tenho observado ultimamente, é uma imensa quantidade de seres pensantes agindo como se o cérebro fosse apenas um item opcional, que se inclui ou não, na hora das decisões, na hora da formação de idéias e ideais. 

Basear sua felicidade em bens materiais ou firmar-se na certeza do outro, é decretar a falência de sua mente, e deixá-la a mercê de ilusões frustrantes, completamente dependente e escrava das decisões alheias. Gosto da cor da vida, do cheiro gostoso que ela produz, gosto de sentir os pingos da chuva, gosto do sol forte, do brilho, da luz, gosto da família toda em volta da mesa, gosto de gente que teima em ser feliz.

É simples ser simples, não há grandes segredos, ingredientes mágicos, jogo de palavras ocultas, senão deixaria de ser simples. Tá tudo no jeito de olhar as coisas, na forma de encarar as diferenças, na maneira que você chuta o balde, tá escrito na areia da sua praia, é só parar pra observar. A definição até que é fácil, difícil é só viver a plenitude da palavra. Com minha, ainda pequena, mas promissora experiência de vida, acredito que a simplicidade se resume na postura nobre, jamais soberba, daqueles que decidem por apenas...

Viver!!!

Pronto.
Simples assim.