sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Vou te Contar...

Faz tanto tempo que eu não sei o que é me apaixonar que até já me esqueci como é isso. É trágico e, honestamente, sinto muita falta. Sabe aquela tremedeira besta, frenética e descontrolada?! Pois é; só sinto isso quando os termômetros naturais marcam temperaturas abaixo de 10°C, o frio na barriga agora é azia e ansiedade, só tenho pra assistir o final da novela.

Nem me lembro mais que gosto tem um beijo (pura hipérbole!), andar de mãos dadas, só com minhas priminhas ainda em fase de primeiros passos, e jantar fora então, só quando faço meu humilde pratinho e me dirijo até a varanda, pra degustar lenta e solitariamente a comidinha deliciosa e muito bem preparada de minha doce mãezinha.

Meus amigos vivem dizendo “você tem que curtir sua solteirice”, eu juro meus amigos, eu tento, mas não consigo enxergar a graça em voltar para casa sozinha no fim da noite, ou em deitar-me para dormir e não ter ninguém na mente, também não vejo mesmo a menor graça em utilizar meu telefone celular apenas como um infalível despertador (isso é deprimente).

Tá ficando cada vez pior, tá crítico,não me encanto por ninguém, meu coração não bate forte, minhas mãos não tremem, minha boca não seca; será que estou me tornando uma espécie mutante com características frias e assentimentais? Deus me livre disso!

Matutando com meus botões percebi um erro imbecil que quase todo mundo comete. Quando nos sentimos decepcionados e fracassados após o término de um relacionamento, apontamos, com toda autoridade, o dedo indicador para o centro do peito e dizemos “agora eu sou mais eu, primeiro a mim e se sobrar...”, parece bobo, mas a gente leva ao pé da letra, ficamos mais egoístas e relacionar-se fica cada vez mais difícil.

Auto estima não tem nada a ver com egolatria. O segredo de um relacionamento saudável e duradouro, na minha humilde e ainda jovial opinião, é ter em mente mais do que a si mesmo, é ser consciente de que você precisa do outro e que fazê-lo feliz é a sua prioridade, o que acontece quase sempre é que isso é encarado com seriedade apenas por uma das partes e não por ambas, como deve ser.

Sinto informar que seu ego pode até deixá-lo nas alturas, mas no alto do trono colossal do ego só cabe ele mesmo e mais ninguém. Lá em cima é só solidão.  Nesse caso entro em concordância com nosso saudoso Tom Jobim quando diz que “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho!” Eu tento encontrar o equilíbrio entre não alimentar demais o ego, mas também, não deixar a carência baixar o padrão do candidato. Senão, ou acabo por ficar no "eu me amo" solitário para sempre, ou corro o risco de trocar o príncipe pelo guarda do castelo, só por medo de ele nunca aparecer. E agora chega desse papo sério!

 Até o próximo post!
BEIJO.ME.LIGA!

'Glenda Barros