quarta-feira, 1 de setembro de 2010

iiiiii .... DEU BRANCO....

Hoje passei o dia tentando escrever alguma coisa, mas parece que a coisa não quer fluir...Revirei minha gaveta de memórias, meu baú de recordações, meu diário de saudades, mas hoje a coisa não quer coisar mesmo...

Inspiração é um negócio estranho demais, quando você menos espera a coisa vem num “plim” prontinho na sua cabeça, daí é só preparar o lápis e o papel e as idéias vão se organizando nas linhas, sozinhas, como se tivessem vida própria (um desaforo inspiração ter vontade própria), como se precisassem apenas de um instrumento (nós) para se codificarem em forma de palavras e expressões.

Não adianta forçar, espremer, apertar, porque daí a coisa não sai do lugar, ela vem sorrateiramente na hora que bem quer, às vezes fica horas conosco, outras vezes vem como se buscasse fogo, rápida e sagaz, e é tão veloz que se esvai num piscar de olhos, sem ao menos deixar rastro ou pista para ser seguida.

É um dom, um mistério, uma graça, ela chega e baixa como um espírito procurando um corpo para se apossar, e detalhe, não precisa ser invocada, ela chega sem pedir licença, deita, e se esparrama no seu pensamento. Seus pés ficam preguiçosamente virados para o ar, com a ponta dos dedos cutucando o cérebro, a fim de transmitir-nos suas ondas neuroinspiradoras (viajei na maionese!).

Inspiração não se compra em supermercado, se vendesse eu compraria uma tonelada hoje. Como pode uma coisa dessas?! Parece que sumiram todos os motivos, os temas, as expressões, as frases, as palavras, minha alma se calou e isso já ta me dando dor de cabeça. Será que eu morri e não tô sabendo? (continuo viajando) Empenhei logo meus dedinhos num contorcionismo descomunal (beliscão), provocando certo desconforto em meu braçinho franzino, confirmando (graças a Deus) que a vida ainda permanecia em mim.

Eu sempre fui meio cética quanto ao significado da palavra inspiração, para mim era o simples ato de sugar o ar para dentro dos pulmões e nada mais, mas estou percebendo que realmente existe essa segunda opção de definição e, sinceramente, queria só um pouquinho dela hoje para transcrever minhas emoções.

Realmente, a coisa que faz o meu cérebro criar expressões belas e extravagantes não quer coisar nada hoje, acho que nem se a vaca tossir e o boi disser “saúde”, minha mente vai produzir alguma coisa realmente interessante de se ler. E é com toda essa certeza de que minha mente está às moscas que entrego meus pontos, vou descansar meus olhinhos e esperar o milagroso “plim” da minha amiga inspiração, daí quem sabe ... tô pagando pra ver...

'Glenda Barros