quarta-feira, 20 de outubro de 2010

E o vento levou....

Não se engane, não vou encher seus olhos com um desses romances melosos, cheios de paixão, amor e sexo. Não, não mesmo, até porque, levando em consideração meu estado civil atual, escrever sobre algo assim não tem absolutamente nada a ver, é incoerente. De assuntos assim eu tô é correndo! O título é só uma forma mais poética de dizer que o tempo está voando aceleradamente, arrastando tudo, como o vento forte quando passa.


Acordei com aquela sensação besta de que passei dos três anos para os vinte e dois direto (como se isso fosse possível)! Eu podia jurar que não vi o tempo passar (eu e minha mania de exagero)! Parece que foi ontem que eu comi aquela gororoba gosmenta (papinha) e ainda pedi pra repetir, nem me lembro como fiquei de pé, muito menos como aprendi a pronunciar esse monte de palavras que conheço.

A verdade é que o tempo urge mais depressa do que a gente imagina, e a Sapucaí nem é tão grande assim, a gente dorme com quinze e acorda com 30, assim, de repente. Outro dia conversando com um amigo, soltei uma dessas gírias de uso diário de minha pessoa – chumbrega –, e por ser de uma região conhecida por seu linguajar diferente e peculiar, já tava até acostumada com chacotas e piadinhas, mas, nunca havia sido tão ridicularizada assim. Como os dizeres mudaram assim tão de repente?! E eu nem vi, ora bolas!

Também nem vi quando o quichute deixou de ser o sonho de consumo de todos os pés, não vi quando os patins foram substituídos por uma prancha com rodinhas, ninguém me contou que agora não é “Hippie”, é “Emo”, e, - minha nossa! – eu perdi o final de Chiquititas!

Era a maior onda usar tererês coloridos no cabelo, vestido de veludo era o que se usava e quanto mais armada era a “juba” (cabelo) mais chique era. Era “broto” pra lá, “bicho” pra cá. Os “pães” (homens bonitos) desfilavam suas “becas” (roupa elegante) cheios de “panca” (comportamento), andavam só de “patota” (turma); e não tinha essa de ficar “borocoxô” (tristinho), o negócio era fugir do “bode” (confusão) e botar pra quebrar nas pistas...era xuxu beleza, pode crer!

Imagino daqui a alguns anos, tudo que eu uso hoje vai ser ridículo e cafona (cafona é essa palavra!), meus amigos inseparáveis de hoje, serão colegas de “oi” amanhã (salvo exceções), a vida vai passando e a gente vai se acomodando. Confesso que detesto esse papinho retrograda, de que tudo era melhor antigamente. Até tentei me convencer dessa afirmação, mas me imaginei linda, morena e avassaladora, defecando numa latrina, com os braços e pernas arreganhados, me sustentando bravamente para não cair em cima da minha própria merda.

 Definitivamente, adoro o fato de o tempo ter asas, assim ele voa e leva tudo para o mundo da praticidade, onde a água já sai geladinha da torneira, a comida já vem pronta e as luzes vão acendendo por onde a gente passa...Ai que luxo!

Abraçeijos virtuais!

'Glenda Barros