A vida às vezes nos surpreende com momentos e situações geradoras de uma felicidade descomunal. Como eu já disse em textos anteriores, pra mim o sentido da vida é pra frente, não fico procurando teses filosóficas, hipóteses psicodélicas para justificar o meu estado permanente de satisfação.
Descobri que ser grato em qualquer situação pode ser revigorador, impulsiona as pernas da vida a seguir adiante. Se me mantenho fechada e mergulhada num poço de mágoa e amargura, minha história dá passos largos para trás e a vida perde seu SENTIDO natural.
Enquanto minha boca proferia palavras mesquinhas de ingratidão e de desgosto, minha biografia ia sendo redigida à base de tinta em tons escuros num papel velho, mofado e cheio de imperfeições. Até que percebi que para ser feliz e realizada bastavam-me apenas duas coisas, perdoar e esquecer.
Quando eu realmente comecei a viver esses princípios, posso afirmar que toneladas saíram de minhas costas, o fardo ficou mais leve e a mobilidade passou a ser uma tarefa mais prazerosa e simplificada. Andar é bem mais fácil quando não temos uma trouxa de mágoas para carregar.
A gente tem uma facilidade de guardar coisas ruins, enquanto que coisas boas ficam lá, guardadas no fundo da memória, um fato que eu considero injusto e tolo de nossa parte, pois os livros de nossas boas memórias deveriam ficar expostos nas prateleiras mais visíveis e num lugar de mais prática acessibilidade, onde possam ser achados com extrema facilidade e apreciados com mais freqüência.
Eu decidi perdoar e fiz questão de esquecer muitas situações desagradáveis e tristes, ficar relembrando certas coisas só vão adoecendo os ossos e tornando a caminhada mais dolorosa e cansativa. Vivo sorrindo, e o melhor é que não preciso de um motivo ou de um incentivo, só preciso sentir o ar invadir minhas vias respiratórias e estufar o meu peito, confirmando que a vida ainda permanece firme em mim...
O meu conselho é que a gratidão seja algo real, algo vivido com intensidade e verdade, que o perdão passe de apenas uma palavra para uma atitude consciente e permanente, e que o ato de esquecer fatos ruins seja encarado, não como uma maneira de se esquivar dos problemas, mas como uma estratégia mais inteligente e rápida de se lembrar que ainda existe vida e que ela precisa ser vivida...
Portanto,
Portanto,
Vá e não peques mais...
'Glenda Barros