terça-feira, 28 de setembro de 2010

Agora eu tô SELADA.


E não é que eu ganhei um selo! BLOG DE OURO...A NOVA SELADINHA DO BRASIL......

Eu tô chique bem! Ganhei este prêmio da maravilhosa Ana Lívia (adoro esse nome) que dedica seu espaço na web para relatar experiências e sentimentos, tudo com muito bom gosto e personalidade...confere aí no Nem tão incerta, nem nada.

E como nada vem assim de graça, tenho que indicar 10 blogs merecedores dessa mesma honraria, o que não é uma tarefa fácil, mas sem mais delongas, cá estão os tOp 10 em minha humilde opinião.

WILLIAM'S BLOG
SOU DO MEU AMADO
RABISCOS E RASCUNHOS
CRONICA DO DIA
HUMOR SULFURICO
O REINO EM NÓS
PORTO DAS CRÔNICAS
BUSCAI O REINO
OLHOS AO VENTO


SINTAM-SE SELADOS...



Tá ai. Tem pra todos os gostos, vai sem medo de ser feliz...
Gostaria muito de homenagear os blogs O pior Blog de Todos e Ideia Crônicas que são incrivelmente geniais mas que já foram contemplados pelo selo.

*Agora chega dessa babação, que eu tenho muito o que escrever.

PRONTO.

'Glenda Barros

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Programa de Índio...



“O lugar é lindo! Eu vi as fotos no site. Tem piscina, playground para crianças, um chalé no meio do lago, lugar pra pesca esportiva e até um restaurante com os mais variados tipos de pratos...hummm...uma delícia de lugar!”

Essas palavras alucinadoras despencaram da boca de minha prima, e caíram perfeitamente na nossa vontade louca de descansar e curtir o feriado. Cheios de fé, cruzamos o estradão desse meu Goiás sem porteira, deixando pra trás o estresse da cidade grande, a borracha dos pneus no asfalto escaldante e a monotonia do dia-a-dia.

Chegando ao dito lugar, um senhorzinho baixinho, pançudo e meio careca nos recebeu com um largo e simpático sorriso de três dentes e uma frase bem típica da região: “Baum? Quié que ocês manda?”
Empolgadíssima e ansiosa perguntei “quanto é pra entrar moço?” (ainda fui simpática, chamar aquilo de moço foi duro!) “Uai, apenas dér reaus!”, pensei com meus botões coloridos e saltitantes “que maravilha, é baum, e é baratim...baratim...!” (percebam que o lugar começou a me afetar)

Agora, caro leitor, sugiro que imagine uma cara de espanto. Imaginou? Agora incorpore essa cara que você imaginou à seguinte frase, “aquela taperinha no meio desse lago podre é o chalé?” Subentende-se que o lugar não era lá essas coisas. Piscina? Tinha sim, uma só, de mais ou menos três metros quadrados (enorme!), o lago fedia peixe podre e a comida do restaurante faltava sair andando sozinha, ou melhor, voando, nunca na minha vida vi moscas como aquelas, eram mutantes, enormes e verdes, os olhos pareciam a logo da rede globo de televisão, arregalados e ameaçadores em direção ao nosso prato. (credo!)

Longe da civilização e sem muitas opções, resolvemos ficar por ali mesmo e arranjar o que fazer. Colocamos nossos biquínis, maiôs, e os rapazes suas sungas; (alguns tímidos ficaram no discreto shorts) e seguimos para o Tietêzinho (apelido carinhoso, fazendo menção ao odor produzido pelo lago). O lago era fedido, mas era frio, e com aquele calor infernal, que dava pra esquentar marmita ao ar livre, não tínhamos outra alternativa senão nos render as águas sebosas e escuras daquele lago (Detalhe, a escuridão lago não indicava sua profundidade, era sujeira mesmo, a água mal cobria nossos joelhos).

Ficamos por ali o dia todo, jogando água na cabeça com uma canequinha improvisada, juro que podia se ouvir o tsiiiiiii da água fria tocando o corpo quente. Como resultado desse dia de cão, tivemos algumas unhas quebradas, insolação, dores abdominais, escoriações e alguns traumas. “Felizmente” não foi de todo ruim, terminamos o dia no trono, coroados pela experiência e reinando majestosamente sob o nível mais alto do fundo da fossa....

Isso é o que eu chamo de programa de índio, mas afinal de contas, quem nunca fez um programa de índio que atire a primeira flecha!



'Glenda Barros

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

nOo BalançOo dOo BusãOo...

Como fala essa criatura! Quanta saúde nessa língua! Essa era a frase que ecoava no meu pensamento, enquanto eu observava aquela boca cheia de dentes tagarelando intermitentemente. O sol à pino bem no meio do céu azul, aquilo tava mais pra uma lata de sardinha que um veiculo destinado ao transporte de gente. O busão tava lotado!

Aquele ser irritante falava, e falava, e continuava falando e emitindo grunhidos exagerados e escandalosos, que imitavam o som de um sorriso. Nas extremidades da boca, iam se acumulando uma espécie de pasta espessa e borbulhante, de cor branca, sim, era saliva...

Vez ou outra ela parava para respirar e aproveitava para sugar escandalosamente todo aquele cuspe para dentro da boca. Como uma pessoa pode ser tão feliz assim dentro de um ônibus lotado? Pela primeira vez na vida eu me irritei com a felicidade alheia.

A situação já tava ruim, pensei comigo, “não pode ficar pior”, e descobri que não é só em filme ou desenho animado que ao pronunciar essa frase o que era ruim fica ainda pior. Pois é, um fulaninho, que pra variar não tinha nada melhor pra fazer, resolveu degustar bem ali do meu lado um pacote daqueles salgadinhos cheios de corante e gordura trans.

Tem de todos os sabores, pizza, bacon, presunto, queijo, mas para minha alegria estomacal aquele era sabor CEBOLA. Como alguém normal consegue comer um negocio desses? O cheiro é uma mistura de pum e vômito, e o barulho que isso faz dentro da boca é insuportável e repetitivo....crot...crot...crot...


Minha casa nunca esteve tão longe, eu respirava fundo e mentalizava; "Não, isso não está acontecendo, eu não estou aqui, não estou passando por isso". Desejei com toda a minha alma ter o poder de me tele transportar, mas a imaginação não mudou a triste realidade, não adianta, ônibus é sinônimo de desconforto, de deselegância.

Pra minha sorte aquela luz forte e amarelada brilhou em forma de curvas sinuosas, transcrevendo palavras verdadeiramente revigoradoras para minha esperança (PARADA SOLICITADA), enfim meus pulmões receberiam gás oxigênio “puro” e meus ouvidos sentiriam o doce toque do silêncio.

Desci libertada, nasci de novo quando meus pezinhos tocaram o asfalto fulminante. Se fosse mais perto eu até arriscaria ir a pé, mas não, não sou assim tão atlética. Senti inveja dos que vão de trem, pelo menos é mais poético. Então, se não tem outro jeito, amanhã tem mais, no mesmo "bat" horário, no mesmo "bat" busão.


'Glenda Barros

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Meu inconsciente não tem gosto!!!


Acordei cantarolando intermitentemente o mais novo sucesso; "papa americano..." (mensagem subliminar tentando promover a aceitação de um futuro Papa americano?) ou "papo americano" (referindo-se as conversações típicas do povo das américas), ou seria; "papa o americano?" (coitado do americano!) ou "papamericano" (tudo junto?) a credo, sei lá, no som sai tudo igual mesmo.
Tentei me lembrar, afinal de contas, onde foi que ouvi essa música. E nada, também, está tocando em todo lugar.
Que coisa mais idiota, travei uma luta interna, comigo mesma, (perdoa o pleonasmo), tentando o dia todo tirar a música da minha cabeça. Não, nem posso chamar de música, para isso teria, no mínimo, que ter na letra uma frase completa, ou pelo menos, uma palavra que fizesse sentido, ora essa. Irada; será que existe uma pessoinha (traidora) com preferência musical duvidosa, alojada no meu inconsciente e tentando corromper minha sanidade? Não é possível.
A primeira tentativa foi de eleger um adversário, assim, se eu cantasse repetidamente uma coisa melhor, (qualquer coisa seria melhor), seria como gravar por cima de uma fita cassete. Tentei, e parecia que estava funcionando, mas ficar assim forçando um pensamento, cansa. E quando eu parei um pouquinho e o imaginário ficou vazio.... lá vem de novo; "papamericano". Urrrhh!!!! (Adeus teoria da fita cassete).
Tentei a intimidação; "EU NÃO QUERO CANTAR ESSA DROGA!" "ME OBEDECE INCONSCIENTE, EU MANDO EM VOCÊ!". Nada, também não resolveu.
A revolta passou para o compositor, quem foi que teve essa idéia genial? Unir uma baladinha eletrônica, á repetição sem explicação, da mesma palavra, cantada por algum fanho? Qual a mensagem afinal de contas? Qual a intenção? Desconfio que era essa mesma; ocupar a nossa mente com uma coisa inútil.
Não seria o primeiro a conseguir, todas as canções deste tipo; sem noção, sem sentido, sem conteúdo, sem futuro, entram na cabeça da gente e se instalam lá, sem autorização, se achando donas do pedaço. Melodias simples, sem muitas notas, letras repetitivas e agente cai. Lembra? Da Macarena, da Festa no Apê. ..."Pocotó, pocotó, pocotó, minha éguinha pocotó..." "créu, créu, créu, créu..." "rebolation, rebolation."
Ah não gente, parei, vocês já entenderam né? Tenho medo de ficar escrevendo e elas se unirem numa espécie de complô e se tornarem mais fortes e invencíveis.
Fiquei pensando naqueles que compram os cds, e cantam e dançam, procuram o estrago com as próprias mãos. Lembrei das musiquinhas infantis, pelo menos estas, formatam o cérebro das crianças com alguma coisa construtiva (algumas). Das propagandas que se eternizaram por causa da trilha sonora e nos fizeram consumir; Danoninho, Batom até Biotônico, e toda espécie de produtos. E ainda estão ai os jingles da política, que usam muitas das músicas inúteis, para facilitar a memorização e quando menos esperamos estamos repetindo o número, o nome e o slogan de algum candidato desconhecido (até agora).
O inconsciente é um mecanismo perigoso, absorve o que é oferecido, seleciona com critérios estranhos, e é controlador.
Ah, não teve jeito, eu desisti, porque quanto mais pensava na idéia de vencer o inimigo, mais forte ele ficava. Funcionou, quando me dei conta, tinha sumido, melhor não comemorar muito, nem pensar muito na vitória, senão o derrotado ressurge.
Mas fiquei incomodada, como pode uma coisa dessas?
Meu inconsciente não tem gosto!


'Kelly Rodrigues

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

iiiiii .... DEU BRANCO....

Hoje passei o dia tentando escrever alguma coisa, mas parece que a coisa não quer fluir...Revirei minha gaveta de memórias, meu baú de recordações, meu diário de saudades, mas hoje a coisa não quer coisar mesmo...

Inspiração é um negócio estranho demais, quando você menos espera a coisa vem num “plim” prontinho na sua cabeça, daí é só preparar o lápis e o papel e as idéias vão se organizando nas linhas, sozinhas, como se tivessem vida própria (um desaforo inspiração ter vontade própria), como se precisassem apenas de um instrumento (nós) para se codificarem em forma de palavras e expressões.

Não adianta forçar, espremer, apertar, porque daí a coisa não sai do lugar, ela vem sorrateiramente na hora que bem quer, às vezes fica horas conosco, outras vezes vem como se buscasse fogo, rápida e sagaz, e é tão veloz que se esvai num piscar de olhos, sem ao menos deixar rastro ou pista para ser seguida.

É um dom, um mistério, uma graça, ela chega e baixa como um espírito procurando um corpo para se apossar, e detalhe, não precisa ser invocada, ela chega sem pedir licença, deita, e se esparrama no seu pensamento. Seus pés ficam preguiçosamente virados para o ar, com a ponta dos dedos cutucando o cérebro, a fim de transmitir-nos suas ondas neuroinspiradoras (viajei na maionese!).

Inspiração não se compra em supermercado, se vendesse eu compraria uma tonelada hoje. Como pode uma coisa dessas?! Parece que sumiram todos os motivos, os temas, as expressões, as frases, as palavras, minha alma se calou e isso já ta me dando dor de cabeça. Será que eu morri e não tô sabendo? (continuo viajando) Empenhei logo meus dedinhos num contorcionismo descomunal (beliscão), provocando certo desconforto em meu braçinho franzino, confirmando (graças a Deus) que a vida ainda permanecia em mim.

Eu sempre fui meio cética quanto ao significado da palavra inspiração, para mim era o simples ato de sugar o ar para dentro dos pulmões e nada mais, mas estou percebendo que realmente existe essa segunda opção de definição e, sinceramente, queria só um pouquinho dela hoje para transcrever minhas emoções.

Realmente, a coisa que faz o meu cérebro criar expressões belas e extravagantes não quer coisar nada hoje, acho que nem se a vaca tossir e o boi disser “saúde”, minha mente vai produzir alguma coisa realmente interessante de se ler. E é com toda essa certeza de que minha mente está às moscas que entrego meus pontos, vou descansar meus olhinhos e esperar o milagroso “plim” da minha amiga inspiração, daí quem sabe ... tô pagando pra ver...

'Glenda Barros