sexta-feira, 22 de julho de 2011

E a vaca foi pro brejo...Grória a Deus!

Glenda Barros

Conta minha amada mãezinha, que no interiorzão do Tocantins existia um fulano; esse fulano aceitou a Jesus e passou a freqüentar, assiduamente, os cultos na igrejinha do Pastor Ciclano.

Certo dia, num culto pra lá de fervoroso, o pastor pregou sobre libertação, e disse que, pra espantar o “coisa ruim, chifrudo e rabudo” existia uma receita infalível: Irmãos, é só rasgar a goela e gritar “o sangue de Jesus tem poder!”.

Fulano ficou impressionado com o sermão do pastor, e guardou a frase salvadora na mente, pro caso de precisar. Alguns dias se passaram e Fulano levantou cedo pra ordenhar suas vaquinhas, até aqui tudo na santa paz!

De repente, Fagnólia, uma de suas vaquinhas, começou a bufar e encará-lo nos olhos - Eu vi o coisa ruim nos zóios dela - . Fulano respirou fundo, levantou-se devagar, e foi saindo de mansinho, “pra mó de não espezinhá a pobrezinha da Fagnólia!”.

Mas a atitude de fulano acendeu mais ainda os olhos de Fagnólia, que abrochou as patas num carrerão só, atrás do Fulano. O pobre correu, correu, e no meio dessa maratona, lembrou-se do sermão do pastor Ciclano.

Mas quem disse que o Fulano se lembrou da bendita frase salvadora?! Corria desesperado, e depois de colocar meio metro de língua pra fora da boca, virou-se para vaca endiabrada e berrou, com toda autoridade, “Em nome de Jesus vaca, a paz do Senhor!”...

Fulano afirma que a vaca deu meia volta e sumiu, “a frase não foi certa, mas a minha fé, ôxe, era grande por demais sôh, Grória a Deus!”

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Doidinha de Pedra!!!

Glenda Barros
Queria escrever um texto que me explicasse, mas como, se nem eu mesma me entendo? Outro dia acordei com uma vontade louca de comer alguma coisa, mas quem disse que eu sabia dizer que coisa era essa? Eu tava desorientada, inquieta, cheirando e experimentando tudo, pois na minha cabeça, meu coração me diria quando a coisa aparecesse.

Sonhei que morria duas vezes, numa noite só, tem base? Passei dias me escondendo, me esquivando de possíveis possibilidades de morte, nem envelopes eu abria, com medo de antrax, vê se pode?!

Invoquei que era feia outro dia, nada ficava bom em mim, o sapato apertava, a roupa me deixava peituda demais (normal), meu dedão do pé era cabeçudo e meu cabelo não desarmava nem debaixo de reza brava.

Imaginem só como eu fiquei quando cismei que minha voz era masculina, passei dias fazendo aquela vozinha chata e irritante, parecia um pato gripado de tão aguda e nasal (curuiz!). Eu tento ser normal, mas minha propensão à loucura é mais forte do que eu!

Já fiquei sem dormir por causa da sombra de uma árvore (aquilo parecia uma mão gigante!), já conversei por horas com alguém e quando me virei – Pasmem! – não tinha ninguém, já fiquei com ciúme de artista de novela e prendi meu próprio dedo na porta do carro, tem base?

Não tenho habilidade para ser normal, mas dou um show na loucura, nem ela me acompanha, a coitada fica com as perninhas curtas tentando me alcançar, mas permaneço além, sempre avante, revolucionária e inalcançável.

É... Salve-se quem puder, até eu estou fugindo de mim, minha sombra que se cuide, ela é a próxima vitima da minha Sóbria Loucuraaaaaaaaaaaaaaaaaa....