quinta-feira, 1 de julho de 2010

A briga


O cenário mais uma vez era o nosso quarto. Apenas a cama nos separava naquele momento de fúria, os olhos dela estavam arregalados e vermelhos, como se queimassem em puro ódio e rancor, juro que pensei, ela nunca mais vai me perdoar.
É incrível à proporção que uma conversinha besta pode tomar, começamos num volume moderado e logo estávamos berrando, gritando e proferindo palavras que até o próprio AURELIO duvidava.
Mágoas passadas foram ressuscitadas, frases mal ditas foram lembradas, tudo vem à tona de novo quando estamos em pé de guerra, e é bem nessa hora, entre gritos e palavrões que ela surge como um anjo divinal e apaziguador. − Lá vem a mãe se meter onde não é chamada! Dissemos isso quase a expulsando do nosso quarto. E mesmo assim ela permaneceu firme, com seus dedos levemente posicionados no canto direito da boca e seu olhar fito e observador. Olhava e olhava como se buscasse palavras certeiras que atingissem o alvo dela sem que fosse preciso falar muito. Ela com toda sua paciência e experiência esperou o momento em que uma trégua se desse, para proferir a seguinte expressão: − Como são bobas, vocês só entenderão o significado de uma para outra quando, uma de vocês não estiver mais entre nós. O silêncio que parecia ser só uma trégua se tornou absoluto. Olhamos uma para outra atônitas e reflexivas. Nos encaramos por alguns minutos, e um sorrisinho tímido surgiu no meio de toda aquela cara feia de minha irmã, eu, louca pra tudo aquilo terminar, tratei de dar logo uma gargalhada bem escandalosa pra quebrar o gelo.
Naquele momento de raiva, eu e ela esquecemos até que éramos irmãs, mas bastou aquela frase soar no ar, para que caíssemos em nós mesmas. No fim das contas, terminou tudo em abraços e declarações de amor e amizade eternos. Apertamos as mãos, prometemos isso e aquilo e, como sempre, tudo não passou de uma discussãozinha que fortaleceu ainda mais o nosso amor.
Eu sei que você deve estar ai se perguntando: (Qual o propósito de escrever sobre algo tão corriqueiro assim?)
Bom, é simples! Não deixe que pequenos desentendimentos se tornem algo permanente e incurável, resolva tudo na hora. Nunca, jamais mesmo, durma com seu coração irado com quem você ama, afinal de contas, ninguém dura para sempre e, o dia de amanhã nunca se sabe. Não queira descobrir o valor de uma pessoa em sua vida depois de perdê-la de vez. E é isso!!! :)