domingo, 31 de outubro de 2010

Preciso de uma nova cara!



Sei que a maioria de vocês me conhece só pela foto do perfil. Repare só neste rosto angelical, sorriso médio quase sensual, o olhar cativador, levemente baixo; a boca praticamente virgem, naturalmente posta. Todo o conjunto da obra proporciona uma expressão quase esnobe de uma vontade de olhar camuflada, mas sem demonstrar pretensão descarada.

E é com todo pesar que lhes digo: minha cara não é assim, pelo menos não o tempo todo. Aqueles que me conhecem pessoalmente, depois de alguma intimidade conquistada, me dizem temerosos que tinham medo de mim antes de me conhecer, e quando os questiono a respeito do motivo pelo qual tinham medo de minha pessoa a resposta é sempre a mesma: você tinha uma cara fechada, amarrada e séria demais...

Sou terrivelmente intrigada com isso, afinal, o que seria uma cara fechada? No meu ponto de vista míope, seria andar o tempo todo com um saco, uma mascara de ferro, ou qualquer coisa que cobrisse por completo meu rosto. Pessoas que agem assim estão num hospício a essa altura, e eu estou aqui, soltinha que nem vestido rodado em cabo de vassoura (será que eu sou maluca e ninguém me falou?).

E uma cara amarrada então? Mas que raios de expressão ridícula é essa! Será que minha cara é tão feia que parece que está virada num nó?(conclusão frustrante) E o que é que tem ser séria? Não sou de arreganhar meus dentes pra todo mundo não, não considero isso um crime e nem uma postura antissocial. Imagine comigo, uma pessoa que nunca te viu na vida, cumprimenta-lo com um sorriso escandalosamente posto na cara, falando contigo como se já fosse teu amigo a vida toda, é no mínimo estranho e no máximo ridículo.

Não sou chatinha, nem retraída, nem nada semelhante a isso; sou apenas recatada, e tenho expressões faciais pra todo tipo de situação, mas só as exponho quando a circunstancia exige, uso a coerência e o bom senso pra discernir o momento ideal, do contrário, passo a maior parte do tempo me escondendo embaixo da minha cara de nada, que é como um descanso de tela, evitando que rugas precoces surjam e que o cansaço facial abata ainda mais minha feição...

É, prefiro mesmo ficar na minha, no meu canto, quando sou apresentada a alguém esboço um sorriso leve, digo um olá e pronto. Partindo desse ponto e dessa maneira, o caminho fica aberto pra eu me aproximar cada vez mais da pessoa, e a amizade dela vai sendo conquistada aos poucos, a cada conversa. Passei horas diante do espelho olhando minha cara e, sinceramente, não me deu medo algum, ou as pessoas estão ficando medrosas demais ou eu já me acostumei à feiura exacerbada do meu reflexo. Foi por isso, só pra não correr o risco que cheguei à conclusão de que PRECISO DE UMA NOVA CARA!

Aceitando sugestões...

'Glenda Barros