terça-feira, 5 de abril de 2011

De repente NOIVA...


Glenda Barros

Tive um sonho ótimo noite passada. Sonhei que saltava do mundo dos solteiros convictos para o mundo dos totalmente abobalhados de amor. Acordei bem disposta e com aquela cara de retardada apaixonada, isso porque foi só um sonho.

Resolvi contrariar um pouco o meu estilo romântico e agir com racionalidade e naturalidade, fazendo meus miolos pensarem na hipótese contraria a do sonho. Empenhei minha imaginação fértil em uma viagem ao meu próprio futuro.

A imagem que tive de mim mesma não fora nada agradável, quase desisti da missão quando me visualizei toda despenteada, segurando em uma das mãos um livro (de trezentas e poucas páginas) de autoajuda, e na outra uma barra enorme de chocolate.

Acho que solidão não combina comigo, aliás, acho que não combina com ninguém. Os sintomas são sempre os mesmos, mal humor, rabugice aguda, choro na calada da noite e um senso de ridículo defasado.

Perdemos noites em claro procurando a razão pra nossa existência, não rimos com espontaneidade, nos enfiamos em moletons enormes adquiridos em liquidações e queimas de estoque e gastamos litros de corretivo, na tentativa de disfarçar um pouco o vazio de nossa expressão facial.

Não sou hipócrita! Devo admitir que ODIEI pensar na possibilidade de passar o resto da vida sozinha! Mas indico a tarefa a quem quiser dar uma sacodida na poeira e correr atrás de um grande amor. A felicidade começa onde o medo termina.

Após alguns segundos tornei do delírio à realidade, e dei de cara com aquela caixinha pequenininha, revestida de veludo vermelho, (charmosíssima!) amparada por mãos enormes e macias. O que havia dentro da caixa mudaria toda minha vida. Minha mão direita tá mais pesada agora, acho que é o peso do “SIM” que eu dei à pergunta: “Quer se CASAR comigo?”