terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PREGUIÇA DE GENTEEEEEE


Glenda Barros

                Ela é chique, fina, linda demais! Essas características definem, parcialmente, a pessoa que descreverei agora. Esses adjetivos qualitativos utilizei, para que você tente visualizar a figura da mesma ai, na sua imaginação, até porque, não posso detalhar tanto o físico da dita cuja, senão posso comprometê-la e de brinde, ainda posso ficar completamente vulnerável a um processo chato e besta.
                Sua personalidade faço questão de transcrever, pois cismo que além dela, vários outros por aí adotaram esse jeito tão peculiar de atuar na novela da vida. O que ela tem de linda, ela tem de chatices e frescuras, “não gosto do feijão em cima do arroz”, “odeio olhar nos olhos dos outros”, “odeio lugares cheios de gente” e “ não encosta em mim que eu tô de roupa branca”! A fulana é tão antissocial que vive em pé de guerra com seu próprio reflexo no espelho.
                Fina demais, tanto nas atitudes quanto na silhueta, se ela virar de lado some no ar, num passe de mágica. Quando os pés não estão ostentando um belo par de saltos altos, estão enclausurados em pantufas de pelúcia cor de rosa, mas o chão nunca teve a honra de sentir o fino toque de seus solados, até pra tomar banho a descontrolada tem chinelo...
                A postura sempre ereta mantem seu nariz constantemente arrebitado, seu olhar sempre altivo, seu ar de estupidez e sua cara de poucos amigos atualizada. Tenho que confessar, que me divirto horrores vendo aquela tábua com pernas comendo de garfo e faca; é hilário, vocês tinham que ver!
                Outro dia ouvi um absurdo sair, com muita certeza e convicção, daqueles lábios finos de bonequinha de porcelana, “não me sinto a vontade em festas de família”, que tipo de criatura não se sente bem em seio familiar?
                Foi conhecendo gente assim que tomei preguiça de gente, tanta frescura, cada bestice! A vida é tão simples e o tal do ser humano é tão racional, que acha que sendo contrário a tudo, tendo opiniões que superam a filosofia humana e se excluindo do convívio social, provarão ao mundo que têm um cérebro ativo e uma opinião própria e firme. Digo que a depressão não é mais o mal do século, essa terrível doença deu lugar a outra ainda pior a AUTO SUFICIENCIA.
                Ainda bem que além do cérebro eu tenho um coração, e emprego aos dois a mesma porcentagem de importância...