segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SErá?!


Glenda Ribeiro
Um sobrinho é a prévia de um filho. Pode parecer meio exagerado, mas é o que ando achando disso tudo. Ultimamente ando numa vontade de ver a pança crescer e a família aumentar, às vezes desisto da ideia com dois minutos observando meus sobrinhos, mas é incrível como alguns segundos de um ótimo momento deles ressuscita todo sonho novamente.
Acho que a gente já nasce com esse desejo, e ele fica ali no coração, guardado esperando o tempo certo pra despertar. E quando vem parece um furacão, passa por cima de tudo que a gente acha que pode dar errado.
Tive duas perspectivas da gestação, uma boa e a outra não tão boa assim. A primeira me trouxe a impressão de que tudo é lindo, nada de dores, nada de enjoos, e o parto não dura mais que meia hora, e sai fácil e só espremer um pouco. Já a segunda é tudo isso ai, só que ao contrário.
Só que a gestação é só um preâmbulo, uma introdução, a parte boa mesmo é a que vem depois, e que dura o resto da vida, porque segundo a minha mãe, filhos são pra vida toda, podem estar casados, serem independentes financeiramente de você, mas nunca deixarão de ser seus filhos.
No fim das contas toda dedicação empenhada a eles é paga com um daqueles sorrisos inocentes, ou com aquele olhar tão penetrante que diz “eu te amo” mais de um milhão de vezes por segundo, ou com aquele abraço tão apertado e demorado que parece que eles estão abraçando a alma da gente.
Ter um filho deve ser a sensação mais completa de todas, deve ser um misto de emoções sem fim, acho que quero isso pra mim, acho que vou acabar logo o texto por aqui...

O fim!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um Best Seller em dois minutos #SQN

Glenda Ribeiro

                Uma folha de papel em branco pode ser tão ameaçadora quanto um olhar cheio de inveja e raiva. O fato de ter tantas ideias na mente e simplesmente travar em frente a um pedaço de papel me assusta, e me assusta muito.
                Aperto os olhos na tentativa de espremer os pensamentos pra ver se pega no tranco, mas não dá, é questão de inspiração, quando a coisa não vem, não adianta tentar coisar coisa nenhuma, pois no fim transformamos substantivo em verbo e pensamentos em absolutamente nada.
                 O papel continua branco, forte e firme na tentativa de me superar, mas eu, legitimamente birrenta insisto, pelo menos enrijeço meu bíceps com o vai e vem da caneta, assim fico menos frustrada no fim das contas.
                Após longos dez minutos em frente a ela (ainda em branco) me rendi, e de cabeça erguida me levantei e parti (rica e fina) pra uma pilha enorme de louça suja, nada melhor que o esfrega/esfrega da esponja nas panelas para sua imaginação flutuar rumo a direções longínquas.
                Ainda com as mãos molhadas voltei pra ela, agora cheia de autoconfiança presumindo eu que escreveria um Best Seller em dois minutos, e no frigir dos ovos saiu esse belo monte de coisa nenhuma que você está lendo.
Nunca pensei que inspiração tinha vida própria, pensei que eu podia manipula-la quando eu quisesse, na hora que eu precisasse, mas não é assim não, a gente dança conforme a música dela, e ela não estava muito a fim de tocar. Sem mais delongas eu me rendo, e agora é de vez, outra vez...

Viva a divina inspiração!!!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Depois da queda

Glenda Ribeiro

Depois da queda, tudo o que era forte e bem edificado se resume em pedaços, que só lembram vagamente a imagem do que foi destruído. O processo de reconstrução sempre é mais difícil, porque não se reconstrói algo usando pedaços de ruína.
E é bem nesse ponto que a gente se perde, quando se diz respeito à confiança. Quando o nosso sonho de repente vira poeira, nos enfiamos embaixo dos escombros e nos apegamos àquele monte de entulho.
A gente age como se tivesse levado uma facada no peito, mas não quisesse tirar a faca. É uma dor chata e besta pelo que se foi, e uma descrença terrível pelo que há de vir. Você deixa de acreditar que aquela parede vai se erguer e ficar no lugar.
A expectativa fica só na queda e não no triunfo. Se libertar desse medo de por a mão na massa é difícil, mas é preciso, não se pode viver agarrado ao passado, vivendo e revivendo momentos de decepção, se lamentando pelos restos.

Se um dia tudo desmoronar esteja pronto para levantar, sacudir a poeira e se livrar dos pedaços, pois o lugar precisa estar plano, o coração tem que seguir tentando, a vida não pode parar, ela tem que seguir em frente, tem que continuar!