Depois da queda, tudo o que era
forte e bem edificado se resume em pedaços, que só lembram vagamente a imagem
do que foi destruído. O processo de reconstrução sempre é mais difícil, porque
não se reconstrói algo usando pedaços de ruína.
E é bem nesse ponto que a gente
se perde, quando se diz respeito à confiança. Quando o nosso sonho de repente
vira poeira, nos enfiamos embaixo dos escombros e nos apegamos àquele monte de
entulho.
A gente age como se tivesse
levado uma facada no peito, mas não quisesse tirar a faca. É uma dor chata e
besta pelo que se foi, e uma descrença terrível pelo que há de vir. Você deixa
de acreditar que aquela parede vai se erguer e ficar no lugar.
A expectativa fica só na queda e
não no triunfo. Se libertar desse medo de por a mão na massa é difícil, mas é
preciso, não se pode viver agarrado ao passado, vivendo e revivendo momentos de
decepção, se lamentando pelos restos.
Se um dia tudo desmoronar esteja
pronto para levantar, sacudir a poeira e se livrar dos pedaços, pois o lugar
precisa estar plano, o coração tem que seguir tentando, a vida não pode parar,
ela tem que seguir em frente, tem que continuar!