quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A muié sabiá...


Glenda Barros
Meu tio, um maranhense arretado, contou outro dia uma história, dessas que você dá dor de barriga de tanto rir. Com todo aquele jeito sertanejo de ser, ele conta que lá, no interiorzão do Maranhão, Jucicleiton aceitou a Jesus, e passou a freqüentar os cultos e confraternizações da congregação com fidelidade.

Ele ia em todos os cultos, era fervoroso, estudava a bíblia com gosto e dedicação, aliás, a espada não saia de debaixo de seu sovaco, carregava as Santas Escrituras no seu aceiro o tempo todo.

Dia desses, numa destas festas que reúnem a crentaiada toda, algumas irmãzinhas repararam , que em sua mão esquerda tinha uma argola enorme e dourada e, para tristeza de algumas moças velhas já desorientadas atrás de um macho, ele era casado.

Mas teve uma irmãzinha que não se convenceu, pois, nunca tinha visto a dita cuja da esposa, e discretamente, solicitou a um diácono que puxasse um papo relacionado a isso e perguntasse se ele era casado ou não, afinal, a esperança é a ultima que morre, “vai que era só um anel”.

O irmãozinho chegou e começou a prosear com Jucicleiton. No meio da prosa, o irmãozinho vai direto ao ponto: uai irmão, porque que o irmão nunca traz sua muié, todo mundo vem acompanhado e o senhor ai, sortim...sortim...Porque?

Jucicleiton deu uma risadinha debochada e disse; irmão, obediênça né? Se o cê num lê a bíblia, pobrema é seu, porque na bibla que eu leio tá escrito que A MUIÉ SABIÁ A DE FICAR NA SUA CASA a minha tá lá, onde Deus manda que fique...
O irmãozinho se arreganhou numa bela gargalhada e, Jucicleiton, nervoso e se achando dono da razão, saiu irado e exclamando, ô Senhor, perdoa, os coitado não sabe o fala....