segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Divina(MENTE) no Divã...


Preciso começar dizendo que estou naquela fase; aquela de se achar, se sentir mesmo; portando-me como uma eximia caçadora de olhares e elogios, divinamente Diva. Também preciso dizer, que existem certas fases da vida da gente que necessitam ser acompanhadas por um profissional (psicólogo).
Tem gente que passa pela vida com tanta naturalidade e aptidão que nunca recorrem a esse tipo de ajuda; ou pode ser que o infeliz é tão ator, que não transmite qualquer reação que condene alguma turbulência sentimental ou espiritual.
Não posso dizer que sou totalmente sã, mas não sou 100% maluca. Aliás, bestice pensar que psicólogo é coisa de doido; pra mim todo mundo deveria passar por uma sessão de terapia pelo menos uma vez na vida. Não é por nada não, mas quando a gente deita naquele “trem” (divã) parece que ele nos abraça. (É tão gostoso!) E não estou exagerando não, é uma sensação semelhante (nunca igual) a proteção do colo de uma mãe, e é tão quentinho e acolhedor quanto um útero (tô inspirada!).
Olha, confesso que não imaginava o quanto é bom desabafar nossas paranóias e delírios com alguém que a gente não conhece; é como confessar pecados, só que confortavelmente deitado; você fecha os olhos, cruza os braços, os posiciona embaixo da cabeça e vai falando, e falando; o maxilar chega a dar câimbra, mas em compensação, você sai dali revigorado, leve, desintoxicado...
Além do abraço do divã e do desabafo com um desconhecido, você ainda desfruta de um lugar tão chique e requintado quanto uma suíte presidencial de um hotel cinco estrelas. Se você, como eu, já andou visitando algum psicólogo deve saber muito bem do que eu estou falando. Na sala de espera, muito silêncio, só se ouve o som do salto fino da secretária no granito reluzente, a serenidade tá encravada nas paredes de todo o consultório, cores leves que remetem paz, tranqüilidade, calma, sanidade; é quase um templo budista.
A única parte ruim da terapia é a hora de pagar. Mas esse pequeno ($) desconforto não tira do rosto a expressão de alívio, de bem-estar. Ah, e tem outra coisa, ninguém me tira da cabeça que todo psicólogo também é exorcista, é sim, um exorcista; porque, vamos combinar, tem dia que a gente deita naquele divã, e chega a sentir o cheiro do tecido nobre queimando, de tão endiabrada e oprimida que estão nossas almas, mas quando saímos da sessão/descarrego, até aquela buzinada sem educação pra você acelerar o possante te parece uma sinfonia de Beethoven...
Não sei se é a voz deles ou se o lugar é que é zen; só sei que saio de lá com a alma de banho tomado, cabelo lavado e dente escovado... Mergulho naquele divã de cabeça, para ressurgir das cinzas segura e glamourosa como uma fênix. Adoro terapia (não que eu precise!), pois mantêm meus instintos neuróticos controlados, minha pele iluminada, minhas pregas vocais lubrificadas; aproveito pra falar logo tudo que eu quero, afinal, tô pagaaaaano!
Depois de chorar largado e emboladinho que nem neném, a gente arranca do rosto a prova do crime (lágrimas) com um lencinho de papel perfumado (ai que chique!), belisca de leve as maças do rosto pra tirar aquela palidez horrorosa que o choro compulsivo provoca e vale até colírio pra aliviar a vermelhidão dos olhos; tudo isso pra não dizer que, mesmo sendo Diva, a gente amolece no abraço gostoso do Divã e carece de ser ouvida, de falar e de descer do trono, mesmo que seja as escondidas...

Cada doido com a sua doidura!

Beijo da Diva! (rs)

'Glenda Barros

15 comentários:

Jéssica Lima disse...

Cada dia aprendo um pouquinho contigo Glendinha, seus textos e suas doiduras, como você mesma diz, me cativam cada dia mais, me levando a curtir cada texto escrito neste blog...estou te seguindo!

Beijos flor...

Sandy disse...

Oi, gostei do post
Estou te seguindo.
Segue também http://www.walkonthemoonx.blogspot.com/

bjo.

Cláudia Cavalcanti disse...

Peraí? rss... Beijo da Diva? rsss
Isso é plágio de minha escritora favorita? Não posso crer...rs
Glenda, querida. Sermos "divas" nos torna impermeáveis a tudo aquilo o que é comum. Feito você, aporto ocasionalmente em um confortável divã. Exorciso medos e delírios muitos.
Aquele dizer tão popular - olhando de perto ninguém é normal - faz jus à realidade. Afinal, o que será a normalidade? Escapa de minha experiência de vida, de minha pretensa maturidade entender o que seja a loucura e a sanidade.
Há outra forma de exteriorizar essa avalanche de sentimentos e sensações muitas: escrever!
E isso você sabe fazer com talento e muita sensibilidade.
De sua fã, uma "tia Diva" que te acompanha e admira seu dom.
Beijo

Srª Ribeiro disse...

Nuuuuuuunnncaaaaaaaaaaaaa um plágio amigaaaaaaaa...rsrs É mais uma homenagem. Divas somos todas, mas Diva Latívia só conheço uma. Tua fã Claudia.
Obrigada pelo comentário!
beijos

Anônimo disse...

parabens pelo post e pelo blog. mto bom

eu tenho um blog tb, se quiser dar uma passada lá, agradeço. hahaha.

http://umpoucodelixotoxico.blogspot.com

gostei do blog, estou seguindo.
abraço

Cláudia Corrêa disse...

Glenda e seus textos!!!

Dá pra viajar legal, rsrs, pura realidade, rsrs

...pra mim todo mundo deveria passar por uma sessão de terapia pelo menos uma vez na vida...

CONCORDOO

bjus, ótimo texto

Wil disse...

Glenda,
Vovô mesmo....rsrs
Obrigado pelas palavras.

Seu ótimo post é digno de ser lido e respeitado.
Sucesso

Wanderly Frota disse...

Glenda.. que lindo post, que lindo seu blog *-* gostei do texto.
Parabéns!
tô te seguindo.
Segue?
http://distractingpages.blogspot.com/

Beijinho Flor.

Sandy disse...

Obrigada por seguir e pela visita.
bjo.

Alexandre Júlio disse...

Ói Diva, do Divã!

Depois de ler o teu Post, fiquei na duvida:

- quem foi á consulta?

- quem consultou, quem?

- quem foi o(a) Psicólogo(a)?

- só ficámos com uma certeza, fostes tu que pagástes, mas podes ter pago para consultar, ou para ser consultada?

E está á vontade, sempre que queiras, eu te levo ás nuvens, neste Alentejo de sonho!

Eu não sei escrever como tu, a minha "pena" é a lente da máquina que me acompanha dia e noite, terra, mar e ar, ....!

Beijinho, e volta sempre a voar com as minhas Abelhinhas, Alex.

Rô Moreira disse...

Olá Glenda adorei seu blog, tem conteúdo. Já te estou te seguindo. Paz querida.

Unknown disse...

Glendamiga

Belo texto: sentido e ao mesmo tempo irónico q.b. Adorei o final de tal maneira que não resisto a repeti-lo aqui. Para que os leitores voltem a ele, com ele se regalem, convivam com ele. Assim, «…depois de chorar largado e emboladinho que nem neném, a gente arranca do rosto a prova do crime (lágrimas) com um lencinho de papel perfumado (ai que chique!), belisca de leve as maças do rosto pra tirar aquela palidez horrorosa que o choro compulsivo provoca e vale até colírio pra aliviar a vermelhidão dos olhos; tudo isso pra não dizer que, mesmo sendo Diva, a gente amolece no abraço gostoso do Divã e carece de ser ouvida, de falar e de descer do trono, mesmo que seja as escondidas... Cada doido com a sua doidura!» Diz-se que de médico e louco todos temos um pouco…

Amiga

Chego aqui por intermédio do nosso Amigo AC do INTERIORIDADES e estou muito satisfeito por te ter encontrado. O teu blogue é muito interessante, e bem escrito. O que, para mim, que sempre ganhei a vida a produzir prosa tão honesta quanto possível, (sou jornalista e dizem que também escritor, dizem…, e aos 69 anos não me sinto velho) é motivo acrescido de satisfação.

Espero que me retribuas a visita e deixes comentários na Minha Travessa. E, já agora, que te tornes minha (per)seguidora. Não é pedir muito… Obrigado

Qjs = queijinhos = beijinhos

NB – Peço-te desculpa, mas tenho de referir que este é um texto base, ainda que com algumas apreciações individuais e específicas. Infelizmente não sou dono do tempo, e a sê-lo seria uma chatice… Para que não haja dúvidas. Mas, é sincero.

Lufe disse...

Glenda,

Que texto gostoso de ler.
A gente lê num só folego, e você é mesmo uma Diva.
Parabens pelo texto, adorei

bjo

Caroline Sampaio disse...

Nunca fiquei tao curiosa de me sentar em um divã depois das suas observaçoes ,rs.

Ana Paula Porto disse...

Glenda que bom que você achou a terapia uma coisa tão especial, nem todo mundo pensa assim, inclusive acham que terapia, psicólogo são coisas de doidos. Como estudante de Psicologia fiquei muito feliz em ler o seu texto, obrigada e mais uma vez parabéns!!
Ana Paula Porto Luna.
http://anapaulaporto29.blogspot.com/