sábado, 6 de novembro de 2010

AUTO ESTIMA não tem senso de ridículo!


Existem pessoas que não tem o mínimo senso de ridículo. E o fato que me intriga é que, estranhamente elas conseguem sobreviver a essa selva de pedra cheia de regras e padrões. Outro dia eu vi na rua um personagem do sexo feminino, mais ou menos uns 45 anos (pelo menos era o que a cara dizia) e que andava escandalosamente em cima dum salto 15cm, se achando a Gisele Büdchen.

Enquanto vou descrevendo a fulana, você vai imaginando ai a figura da mesma. Comecemos pelas madeixas (cabelo). Fiquei invocada, louca pra saber que cor era aquele cabelo, a raiz era castanho escuro, com alguns fios brancos brigando e insistindo em permanecer, da metade do cabelo até mais ou menos nas pontas um amarelo lutando pra ser loiro (sem sucesso), e nas pontas um tom meio avermelhado de uma tinta jogada antes do loiro/amarelo, dando aquele aspecto de pêlo de vaca malhada.

Digamos que a fulana não tinha aquele físico perfeito, seu peso equivalia ao de um filhote saudável de elefante e a circunferência de sua cintura, era semelhante ao de uma máquina de lavar roupas hospitalar com capacidade para 100kg (pense!), fiquei imaginando aquele monte de carnes entrando naquela calça legging de couro preta, como ela conseguiu aquela proeza?! A onça que foi morta para vesti-la devia ser pequena, porque a blusa além de curta era apertada, demarcava com perfeição todos os seus pólos.

Eram poucos dedos pra tantos anéis, um de cada cor, usava tudo isso e se sentia a gostosa do pedaço. A dita cuja exibia toda sua silhueta num rebolado extravagante, transmitindo toda sua sensualidade calórica num batom pra lá de vermelho. Olhei para digníssima, encarei-a nos olhos e ela arreganhou aquele monte de dentes pra mim e disse, em alto e bom tom -E ai amaaaada!-; instantaneamente pensei, isso sabe falar?!
Paralisei apavorada, mas bastaram-me cinco minutos de conversa pra eu me derreter aos encantos daquele ser pra lá de estranho, era uma amante da vida, sem baixo astral, acreditava no amor, na felicidade, que o Elvis ainda está vivo e que papai Noel existe.

Brincadeiras a parte, tenho que confessar que admiro pessoas assim, elas têm uma auto-estima muito resolvida (penso eu), pois se acham lindas, andam como se tivesse uma multidão de câmeras fotográficas registrando cada momento, cada passo; se exibem constantemente como se fossem um padrão a ser seguido e tudo isso com direito a caras e bocas provocantes. Geralmente são figuras bem humoradas, brincalhonas, riem alto e sempre têm uma frase de efeito motivador que tem o poder sobrenatural de nos tirar da fossa. O que realmente importa para elas é ser feliz, e o espelho é só mais um objeto de ornamentação e não um alguém com direito de dar pitaco em sua felicidade...


'Glenda Barros

9 comentários:

AC disse...

Está bem observado, Glenda!
Não há receitas para a felicidade, cada um descobre a sua fórmula. E, creio eu, tem mais hipóteses de o conseguir se romper com a ditadura dos conceitos bem pensantes...

beijo :)

Lufe disse...

Voce botou reparo direitinho na pirua, hem?....rsrsrs

Você disse certo, é de se admirar estas pessoas que tem uma autoestima elevada que supera qualquer ditame de moda ou convenções sociais.
Ela é ela, e assim ela é feliz, não é mesmo?

bjo

Rob Novak disse...

Quem consegue se manter alheio a esteriótipos e buscar a aceitação própria nesse mundo onde o que mais importa é a aparência merece, no mínimo, consideração.
É claro, comportamento e vestimentas têm sim lugares próprios para serem manifestados.

Obrigado pelas visitas e comentários em meu blog :) Aprecio suas palavras.

Bjo e um ótimo domingo!

Cláudia Cavalcanti disse...

Nós, mulheres, somos severas críticas umas das outras. O local ideal para nos dedicarmos a essa profunda análise da imagem das demais é a praia. Jamais esquecerei uma tarde no Guarujá, eu bem sentada admirando a paisagem. Sentou-se pertinho do meu guarda-sol uma senhora uns 20 anos mais velha que eu ( múmiaa...rs), uns 20 kgs mais gorda e usando um minúsculo biquini de oncinha. Olhei pra uma amiga sentada perto de mim e disse: nossa, não parece que ela vai começar a cantar Babalu, a qualquer momento? E virou piada.
Acho, cada um faz o que bem entender. Se quer usar salto 15, cabelos tricolores, oncinha, zebrinha, legging de couro... O mais importante só aparece com as atitudes: caráter. Porém, um filhotinho de onça ficou órfão pra essa perua se vestir, não é mesmo? rssss
Bj

Caroline Sampaio disse...

Fui até o final do texto com um sorriso no rosto!rsrs
tu tava inspirada quando resolveu descrever a mulher heim.
Pensei que fosse um texto engraçado,descrevendo alguem com maneiras tocas de se vestir,mas foi além,tu viu o outro lado da coisa,o lado de dentro,o lado do qual todos nós deveriamos reparar em primeiro lugar.
Beijo.

Bella Dourado disse...

Bhá! Mandou bem , kkkkkkkkk

Concordo com o texto; o final o que importa é o interior, a alegria, a maneira de ver a vida.

Mas discordo de uma coisa:
Espelho meu! Espelho meu!
Não serve de objeto decorativo - se você soubesse como as vezes o coitado grita dizendo nossa como vc ta gorda! Tire isto! Não por favor não não saia assim - vc vai acabar com a reputação feminina; que nos dias de hoje no verão já anda beirando o rídiculo.

kkkkkkkkkkk

Adorei o texto, bjo em teu core e durma com a proteção de Jesus!

Tais Luso de Carvalho disse...

kkkk, Nossa Senhora do Socorro!!! Comecei rindo pela crítica mordaz da perua bem resolvida, histérica no seu visual dantesco misturado com elefante bebê e máquina de lavar hospitalar... Engraçadíssima, a tua narração à ‘tal senhora’. Porém você terminou de uma maneira inusitada! A mulher tá tri de feliz e ninguém têm nada com sua vida. Nada serviria e nada a traria numa conduta diferente, nos moldes que todos nós exigimos e quem sabe lá se não estamos errados.
Beleza de crônica, gosto de vir aqui ler certas excentricidades...
Beijo grande, amiga.
Tais Luso

aivilana disse...

Acho que a sociedade julga muito a posição do outro. Embora eu pende que cada um deveria ter um certo senso para se vestir, de como se comportar. Mas isso não interessa, vai de cada um. :)

beijo!

Lorreyne Kathenin disse...

De fato pessoas com auto-estima elevada está em extinção! Adoro pessoas assim, talvez por tentar encontrar nelas no que em mim não pertence. Ótimo texto!
Bj:*